Com uma votação recorde em Marabá, dez conselheiros tutelares foram eleitos para o quadriênio 2024-2027. No domingo, 1º de outubro, foram às urnas 19.231 eleitores, nas zonas urbana e rural do município. Logo após siar o resultado, o Correio de Carajás conversou com Kellen Nocetti, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA), e com Edivaldo Santos, reeleito conselheiro para o segundo mandato consecutivo.
BALANÇO
O Correio de Carajás acompanhou de perto o longo dia de votação e esteve presente na Câmara Municipal de Marabá para acompanhar a apuração dos votos, que terminou por volta de 21h20.
Leia mais:Duas forças motivadoras são citadas por Kellen Nocetti como razão dos mais de 19.200 votos. “A urna eletrônica contribuiu em tudo porque é mais fácil para o eleitor participar, a votação é rápida”, indica.
Mas não para por aí. Outro fator de contribuição elencado é a repercussão midiática dos casos de violação dos direitos da criança e do adolescente. No conjunto da obra, conforme ela, essas condições colaboraram para conscientização da população.
Ao CORREIO, ela expressa seus cumprimentos a todos que colaboraram para o êxito da eleição, incluindo a Justiça Eleitoral, que contribuiu com as urnas eletrônicas e capacitação de mesários. Servidores municipais que trabalharam ao longo dia, conselheiros, candidatos e a população votante também foram citados.
RESULTADO
Um dos fatos mais curiosos é que as mulheres vão ocupar 60% das 10 vagas nos dois conselhos no quadriênio 2024-2027. Além disso, a renovação será da ordem de 50%.
Também chama a atenção que quatro pastores foram abençoados nas urnas e figuram entre os eleitos. São eles, Elaine de França, Pastora Mônica de Jesus, Pastor Lourival e Pastora Francy.
Os conselheiros tutelares eleitos foram: Graziellen Medeiros, com 1.231 votos; Ellen Máxima, com 1.051; Pastora Francy, 1008; Suzi Sacramento, com 943; Antônio José, com 873; Elaine de França, 861; Edvaldo Santos, com 792; Pastora Mônica de Jesus, com 777; Pastor Lourival, com 742; e Ailton Dias, com 735.
Foram reeleitos: Edvaldo Santos, Antônio José, Pastor Lourival, Pastora Francy e Suzi.
“Em média a renovação foi de um pouco mais de 50%. Todos os eleitos, experientes ou não, participarão da capacitação que será ofertada pelo CMDCA ainda este ano”, explica Kellen Nocetti.
Findada a conferência dos votos e a divulgação do resultado, o CORREIO questionou Edvaldo Santos, eleito pela segunda vez conselheiro tutelar, sobre as carências do órgão, no que diz respeito à criação de um terceiro conselho tutelar em Marabá.
Ele é direto ao apontar que, no momento atual, esta não é uma pauta interessante para o município. Como justificativa para essa afirmação, menciona que esse acréscimo geraria muita despesa. “A não ser que quisessem priorizar São Félix e Morada Nova, mas se for olhar por esse ângulo, teria que criar um outro na região do Rio Preto, que fica mais longe ainda do centro urbano”.
A questão é complexa e o conselheiro acredita que, por enquanto, dois conselhos são suficientes. Edvaldo é convicto ao declarar que a atual necessidade da entidade diz respeito ao meio de transporte para seus integrantes atuarem no campo e na cidade.
“O que nós precisamos é ampliar o número de veículos. Se cada Conselho Tutelar tivesse dois veículos, seria suficiente para atender a demanda”. Ele explica que cada unidade possui um único automóvel, atualmente. Com isso, enquanto um conselheiro está atuando externamente, o outro permanece realizando atividades internas.
“Se tivéssemos mais veículos, mais demandas seriam atendidas com efetividade. É preciso ampliar a estrutura para que mais companheiros possam fazer o trabalho de campo e, também, o interno”.
Em conversa com o CORREIO, Kellen Nocetti reconhece a necessidade de criação de um terceiro conselho tutelar, mas que ainda não há uma discussão sobre isso no momento. “Depende da lei do município e, também, do número de habitantes”, observa.
HISTÓRICO
Edivaldo Santos relembra que foi vereador de Marabá durante dois mandatos e afirma que seu currículo político contribuiu para que chegasse até o Conselho Tutelar. “Todo esse conhecimento de causa favoreceu para que fosse feito um trabalho de qualidade em prol da garantia dos direitos da criança e do adolescente”.
Ao celebrar que seu trabalho foi reconhecido, ele agradece a todos aqueles que contribuíram para a sua reeleição. O conselheiro leva em consideração todo o aprendizado adquirido em seu primeiro mandato, alegando que, por conta disso, a qualidade do segundo será ainda melhor.
Todos os eleitos serão empossados no dia 1º de janeiro de 2024, recebendo um salário mensal de R$ 3.400,00.
Novata no ofício, a recém-eleita Ellen Máxima, com a segunda maior votação do município (1050 votos), acompanhava a contagem de votos sem conseguir ficar cinco minutos num mesmo lugar. Andava para um lado e outro, nervosa, apesar de sempre figurar entre os dez eleitos. À medida que subia de posição, ficava mais calma e comemorou muito o segundo lugar. Ela contou à reportagem do Correio que teve apoio de muitas pessoas, entre empresários, líderes comunitários e até de vereador. “Essa conquista é de muita gente, estou feliz, mas também agradecida a todos eles”, disse. (Ulisses Pompeu e Luciana Araújo)