Correio de Carajás

Pastores são 40% dos eleitos ao Conselho Tutelar em Marabá

Eleição contou com mais de 19,2 mil eleitores e os dois conselhos terão 50% de renovação para o quadriênio 2024-2027

Parte dos conselheiros tutelares eleitos em primeiro plano, com membros da comissão eleitoral ao fundo, após a apuração dos votos

A eleição para o cargo de conselheiro tutelar em Marabá foi bastante movimentada neste domingo, 1º de outubro, com 19.231 eleitores indo às urnas, nas zonas urbana e rural do município. Um dos fatos mais curiosos é que as mulheres vão ocupar 60% das 10 vagas nos dois conselhos no quadriênio 2024-2027. Além disso, a renovação será da ordem de 50%.

Também chama a atenção o fato de quatro pastores foram abençoados nas urnas e figuram entre os eleitos. São eles, Elaine de França, Pastora Mônica de Jesus, Pastor Lourival e Pastora Francy.
Os conselheiros tutelares eleitos foram: Graziellen Medeiros, com 1.231 votos; Ellen Máxima, com 1.051; Pastora Francy, 1008; Suzi Sacramento, com 943; Antônio José, com 873; Elaine de França, 861; Edvaldo Santos, com 792; Pastora Mônica de Jesus, com 777; Pastor Lourival, com 742; e Ailton Dias, com 735.

Foram reeleitos: Edvaldo Santos, Antônio José, Pastor Lourival, Pastora Francy e Suzi.

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A votação encerrou às 17 horas, mas o resultado final dos eleitos só foi divulgado por volta de 22 horas, apesar de o processo ter tido o suporte da Justiça Eleitoral com cedência de urnas eletrônicas.

Segundo a Comissão Eleitoral, mais de 17,8 mil eleitores compareceram às urnas, considerada a maior eleição da história de Marabá.

A promotora Jane Cleide Souza fez avaliação do processo eleitoral em Marabá e disse que tudo transcorreu dentro da normalidade esperada. Ela elogiou o CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente) pela condução do processo eleitoral e também os candidatos, que se comportaram dentro do que preconiza a legislação.

Kellen Nocetti, presidente do CMDCA, agradeceu à logística concedida pelo município para realização do processo eleitoral. Ela enalteceu o trabalho do Ministério Público Estadual, por meio da Promotoria da Infância e Juventude, e ainda a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por terem auxiliado na fiscalização da votação, o que ajuda a dar transparência à eleição.

Embora a eleição tenha ocorrido em urna eletrônica, a apuração é o ponto que ainda precisa de melhoria nos processos para dar mais celeridade ao pelito. A conferência de boletins de urnas contou com uma equipe de 17 colaboradores voluntários, mas Kellen observa que houve avanço mesmo assim, já que a eleição anterior o resultado saiu às 4 horas da madrugada. “Este ano, a gente conseguiu apresentar o resultado final às 22 horas”, comemora.

A apuração aconteceu no Plenário da Câmara Municipal de Marabá, com a participação de fiscais e dos próprios candidatos. A transmissão da totalização acontecia quase que ao mesmo tempo por meio das redes sociais da Seaspac (Secretaria Municipal de Assistência Social e Ações Comunitárias).

Segundo Kellen Nocetti, os dez conselheiros tutelares eleitos agora vão passar por um período de treinamento e só devem assumir o cargo em um dos dois conselhos tutelares em Marabá a partir de janeiro de 2024, recebendo um salário mensal de R$ 3.400,00.

COM O QUE ELES VÃO TRABALHAR?

De acordo com o ECA, são atribuições do Conselho Tutelar e, portanto, dos membros que o compõem, atender crianças e adolescentes com direitos violados ou ameaçados. Além disso, o conselheiro tutelar é responsável por promover o encaminhamento de situações aos pais ou responsáveis, mediante termo de responsabilidade.

(Ulisses Pompeu)