O nicho artístico de Marabá vem sendo agraciado nos últimos dias com a presença marcante de Emanuel Franco, um dos nomes mais respeitados da arte contemporânea paraense. A convite da Galeria Vitória Barros, ele veio a Marabá para ministrar workshop sobre curadoria para 14 artistas e profissionais ligados à arte, no período de 26 a 28 deste mês. Carregando consigo um vínculo antigo com a cidade, o retorno de Franco foi responsável por agregar conhecimento à área.
Artista, curador independente e diretor do Museu de Arte Sacra, em Belém, Emanuel Franco é um mestre em sua arte. Seu estilo eclético e sua habilidade de se adaptar a diferentes mídias e técnicas fazem dele um verdadeiro ícone da criatividade. Seu trabalho se destaca por sua profundidade conceitual e uma abordagem inovadora que desafia as convenções tradicionais.
Ele conversou com a reportagem deste CORREIO na tarde de quinta-feira (29) e explicou que sua atual passagem por Marabá se resume a repassar informações e compartilhar sua trajetória de conhecimento com outros apaixonados pelas artes.
Leia mais:“Aqui, principalmente nessa região sudeste do Pará, já existe um núcleo de produção muito eficiente de artistas, alunos de artes visuais, entidades trabalhando essa área na região, e a partir disso, repassar essas informações só contribui para o desenvolvimento cultural”, avalia Emanuel.
Os três dias de aprendizado intensivo revelaram a dedicação do renomado artista em proporcionar um ambiente de aprendizado inspirador. Ele enfatizou a importância de técnicas de curadoria e planejamento de exposições, destacando como o curador tem o poder de moldar a narrativa por trás de uma exposição, influenciando profundamente a experiência do espectador.
“É um exercício curatorial, são etapas de planejamento de uma exposição que foram mostrados. Exemplos de como você ter, como curador, autonomia de definir o acervo que vai ser mostrado, o material, o conteúdo que vai ser visto pelo público”, conta.
Os participantes do workshop, que incluíram artistas locais, aspirantes a curadores e estudantes de artes visuais, foram unânimes em seu apreço pela experiência única que Emanuel proporcionou.
Natacha Barros, curadora de arte em Belém e Marabá, participou da oficina e enfatizou a importância desse evento para a formação de profissionais locais: “A curadoria é um campo bastante amplo e, aqui em Marabá, a gente tem uma inserção das artes”.
Ela afirma que, apesar de o campo de arte ser bastante explorado, a curadoria ainda é algo que tem que ser estudado. Uma área que ainda engatinha, já que as pessoas continuam conhecendo e entendendo o que é esse campo, como que ele pode ser desenvolvido e trabalhado.
Nathanael Marques, artista visual, ilustrador e professor de pintura e desenho na Galeria Vitória Barros, enfatiza como a oportunidade amplia o horizonte da curadoria: “Esse curso nos ajuda a ir além da montagem de exposição, nos dá um olhar mais amplo, para o sentido daquilo que vai chegar aos visitantes. De saber as formas também alternativas, porque existem vários tipos de espaços adaptáveis”, avalia.
Vitória Barros, à frente da Galeria que leva seu nome, foi responsável por convidar o amigo Emanuel e fazer a ponte de conhecimento entre os artistas participantes e o curador. Ela revela que teve a ideia de trazê-lo quando se descobriu encantada pelo mesmo workshop que já era oferecido em Belém.
Além de reiterar que Marabá já possui esse campo curatorial, ela, como expositora, falou da importância desse segmento: “A curadoria é responsável por dar um visual diferente à exposição, te permite identificar quando o ambiente está poluído demais. Emanuel veio nos esclarecer, e nos proporcionar o caminho para termos conhecimento no preparo de uma exposição”. (Thays Araujo)