Como em Eclesiastes 9:10, “Tudo o que alcançar a tua mão para fazer, faze-o com tuas forças”, o Instituto Miguel Chamon tem chegado a lugares esquecidos pelo poder público. Em seu último dia de atendimento em Marabá, o local escolhido para beneficiar a população foi a Vila Sororó. Transformando a vida de milhares de marabaenses, as unidades móveis de saúde encerram com mais de 45 dias de programação e deixando um legado.
Alex Santos, o “Alex Sororó”, como é conhecido pelos que residem ali, foi o responsável por articular a ida do Instituto até a vila. Honra é como a liderança descreve a passagem das carretas. Segundo ele, é a maior ação que já aconteceu até o momento no local e a maior do estado.
“As unidades móveis vêm para suprir a carência que aqui existe, no que diz respeito a saúde. Tanto que proporciona a todos os exames oftalmológicos, ultrassonografia, dentista, clínico geral e a tão esperada entrega dos óculos”, diz, finalizando que é um presente aos moradores não só da Sororó, mas de todas as vilas próximas que sofrem com os mesmos problemas estruturais.
Leia mais:Um dos beneficiados foi Francisco Araújo, que não hesitou em rasgar elogios ao Instituto. O aposentado afirma que já tinha conhecimento do que se tratava, no entanto, nunca havia tido a oportunidade de ser atendido. Este ano, ele correu para desfrutar da ação social e se encantou.
“Muito bonito o trabalho. Uma ação importante para a Vila Sororó”, pontuou. Ele, que é um dos muitos a procurar pelo exame oftalmológico, reiterou que é de uma felicidade enorme saber que é o primeiro local da zona rural contemplado pelas carretas e os atendimentos. Questionado sobre a nota que daria à ação, respondeu que, sem dúvidas, é 10.
Moradora da ocupação na fazenda Cedro, próximo à Vila, dona Maria Conceição também pôde se consultar e garantir a armação e a lente dos óculos que serão entregues posteriormente. A mulher se emociona com a possibilidade de realizar todas essas etapas de forma gratuita e toca em um ponto sensível para a comunidade carente: “É uma dificuldade enorme para conseguir exame oftalmológico através do SUS, se fosse para depender disso, eu nem iria atrás”.
A distância e a ausência claramente desmotivam a população fragilizada pelo descaso do poder público. Maria cita que, dos atendimentos oferecidos pelo Instituto, nenhum pode ser realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS), que atende aos moradores da Vila e região. Com o sentimento de gratidão, ela pede que as unidades móveis Miguel Chamon, voltem novamente. (Thays Araujo e Chagas Filho)