Moradores do Bairro Jardim São Félix II, antigo loteamento Jardim São Félix, procuraram a reportagem do CORREIO esta semana para denunciar a falta de infraestrutura e segurança naquela área da cidade. Eles reclamam, principalmente, da iluminação, e afirmam que têm vivido em meio ao “breu” nos últimos dias. Respaldado por um abaixo-assinado, o porta-voz dos reclamantes, que pediu reserva do nome, disse que a população aguarda há meses a troca das lâmpadas e que o serviço teria sido autorizado pela gestão municipal.
“Quero fazer uma pergunta para terceirizada Aires e Arrais, que cuida da iluminação pública de Marabá. Qual o motivo de tanta demora para trocar algumas luminárias no nosso Bairro? Estamos completando 180 dias que a Prefeitura já autorizou a troca e, até o momento, ninguém veio fazer os reparos”, reclama. No entanto, segundo informações da própria assessoria da prefeitura, a empresa terceirizada não estaria mais prestando esse tipo de serviço ao Município, e a iluminação pública agora está a cargo do Serviço de Saneamento Ambiental de Marabá.
#ANUNCIO
Leia mais:O morador também disse que parte do terreno era particular, foi divido e vendido aos interessados. Outra parte, que foi ocupada por dezenas de pessoas, seria de propriedade da Prefeitura de Marabá. O abaixo-assinado foi protocolado no Ministério Público Estadual, em fevereiro deste ano, com o intuito de conseguir apoio para cobrar o poder público municipal. No documento, há citações sobre vandalismo, distribuição do patrimônio público e insegurança, devido aos assaltos constantes, além do consumo e comércio de drogas no local.
“Sugerimos, ainda, que a Prefeitura de Marabá, através da Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU), notifique os proprietários de lotes para cuidar dos mesmos, mantendo-os limpos, pois estamos sujeitos à proliferação de algumas doenças e até mesmo servem de esconderijo para pessoas mal-intencionadas”, relata a denúncia. A reportagem do Jornal esteve no bairro na última quinta-feira (12) para conversar com residentes e conhecer de perto a situação em que vivem. Antes mesmo de chegar ao local, a equipe encontrou muita dificuldade, devido à precariedade das vias, que acabam virando atoleiros nesta época de chuvas fortes. A dificuldade de locomoção foi encontrada também dentro do Jardim São Félix II, devido às ruas alagadas e totalmente irregulares.
Sentindo na pele
O senhor Fausto Moreira de Oliveira mora no bairro há quatro anos, juntamente com a esposa. Ele relatou ao CORREIO que existem muitos problemas na residencial, desde a falta de infraestrutura até a precariedade na segurança. “Esse bairro era uma fazenda e a dona resolveu dividir e vender por meio de uma imobiliária. Mas ela também só loteou e entregou para o pessoal, mas não tem rua, não tem nada. Ficou tudo a critério da prefeitura, que nunca fez nada”, afirma.
Quanto à iluminação, ele contou que funcionários da SSAM chegaram a negar a troca de lâmpada em um poste próximo a casa dele. “A luminária está queimada havia uns dois meses. Falei com o rapaz para colocar uma nova e ele não colocou. A equipe estava aqui no bairro, não chamada por mim, mas eu aproveitei para pedir a troca. Eles falaram que só podiam fazer o serviço se eu denunciasse no órgão responsável. Depois acabaram dizendo que quando finalizasse as demandas voltariam para arrumar, mas nunca voltaram”, relatou, acrescentando que não foi lhe passado nenhum número para que pudesse ligar.
Seu Fausto também reclamou da segurança, ao mesmo tempo em que citava e apontava para casas arrombadas. “Segurança não tem, o que tem é assalto todo dia”, destacou. Outra moradora, Gerlane Menezes de Assis, já teve a casa invadida por duas vezes. Ela diz que se mudou para o local há apenas quatro meses.
“Aqui sempre está muito escuro e com muita lama”, conta. Conforme diz, é difícil ver policiamento naquela região. Ela lembra que chegou a assinar o abaixo-assinado, protocolado em fevereiro deste ano no Ministério Público, mas que até agora ninguém fez nada pela comunidade.
“Quando cheguei aqui, pensava que era invasão, porque aqui não tem asfalto, saneamento básico, nada. Mas aqui é loteamento, porque os terrenos são pagos”, conta. Gerlane, que mora com o marido e dois filhos na casa, diz ainda que nem carteiro aparece no bairro. “Cada um dá o seu jeito. No meu caso, eu tenho que dar o endereço da minha sogra, porque aqui eles não entram”, afirma.
Quanto à falta de água, ela diz que teve que gastar dinheiro para cavar um poço semi-artesiano, uma vez que a Prefeitura não oferece nenhum serviço de distribuição. “Quando a gente comprou aqui, até pensei que tinha, mas não. Então, a gente teve que vender o carrinho que tinha para fazer o poço e poder ter água em casa”, detalha.
Resposta
A reportagem enviou e-mail para assessoria de comunicação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, cobrando respostas referentes à falta de entrega de correspondências no bairro. Porém, até o fechamento desta edição, a autarquia não havia se manifestado sobre o assunto. Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Marabá informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.
(Nathália Viegas)
Moradores do Bairro Jardim São Félix II, antigo loteamento Jardim São Félix, procuraram a reportagem do CORREIO esta semana para denunciar a falta de infraestrutura e segurança naquela área da cidade. Eles reclamam, principalmente, da iluminação, e afirmam que têm vivido em meio ao “breu” nos últimos dias. Respaldado por um abaixo-assinado, o porta-voz dos reclamantes, que pediu reserva do nome, disse que a população aguarda há meses a troca das lâmpadas e que o serviço teria sido autorizado pela gestão municipal.
“Quero fazer uma pergunta para terceirizada Aires e Arrais, que cuida da iluminação pública de Marabá. Qual o motivo de tanta demora para trocar algumas luminárias no nosso Bairro? Estamos completando 180 dias que a Prefeitura já autorizou a troca e, até o momento, ninguém veio fazer os reparos”, reclama. No entanto, segundo informações da própria assessoria da prefeitura, a empresa terceirizada não estaria mais prestando esse tipo de serviço ao Município, e a iluminação pública agora está a cargo do Serviço de Saneamento Ambiental de Marabá.
#ANUNCIO
O morador também disse que parte do terreno era particular, foi divido e vendido aos interessados. Outra parte, que foi ocupada por dezenas de pessoas, seria de propriedade da Prefeitura de Marabá. O abaixo-assinado foi protocolado no Ministério Público Estadual, em fevereiro deste ano, com o intuito de conseguir apoio para cobrar o poder público municipal. No documento, há citações sobre vandalismo, distribuição do patrimônio público e insegurança, devido aos assaltos constantes, além do consumo e comércio de drogas no local.
“Sugerimos, ainda, que a Prefeitura de Marabá, através da Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU), notifique os proprietários de lotes para cuidar dos mesmos, mantendo-os limpos, pois estamos sujeitos à proliferação de algumas doenças e até mesmo servem de esconderijo para pessoas mal-intencionadas”, relata a denúncia. A reportagem do Jornal esteve no bairro na última quinta-feira (12) para conversar com residentes e conhecer de perto a situação em que vivem. Antes mesmo de chegar ao local, a equipe encontrou muita dificuldade, devido à precariedade das vias, que acabam virando atoleiros nesta época de chuvas fortes. A dificuldade de locomoção foi encontrada também dentro do Jardim São Félix II, devido às ruas alagadas e totalmente irregulares.
Sentindo na pele
O senhor Fausto Moreira de Oliveira mora no bairro há quatro anos, juntamente com a esposa. Ele relatou ao CORREIO que existem muitos problemas na residencial, desde a falta de infraestrutura até a precariedade na segurança. “Esse bairro era uma fazenda e a dona resolveu dividir e vender por meio de uma imobiliária. Mas ela também só loteou e entregou para o pessoal, mas não tem rua, não tem nada. Ficou tudo a critério da prefeitura, que nunca fez nada”, afirma.
Quanto à iluminação, ele contou que funcionários da SSAM chegaram a negar a troca de lâmpada em um poste próximo a casa dele. “A luminária está queimada havia uns dois meses. Falei com o rapaz para colocar uma nova e ele não colocou. A equipe estava aqui no bairro, não chamada por mim, mas eu aproveitei para pedir a troca. Eles falaram que só podiam fazer o serviço se eu denunciasse no órgão responsável. Depois acabaram dizendo que quando finalizasse as demandas voltariam para arrumar, mas nunca voltaram”, relatou, acrescentando que não foi lhe passado nenhum número para que pudesse ligar.
Seu Fausto também reclamou da segurança, ao mesmo tempo em que citava e apontava para casas arrombadas. “Segurança não tem, o que tem é assalto todo dia”, destacou. Outra moradora, Gerlane Menezes de Assis, já teve a casa invadida por duas vezes. Ela diz que se mudou para o local há apenas quatro meses.
“Aqui sempre está muito escuro e com muita lama”, conta. Conforme diz, é difícil ver policiamento naquela região. Ela lembra que chegou a assinar o abaixo-assinado, protocolado em fevereiro deste ano no Ministério Público, mas que até agora ninguém fez nada pela comunidade.
“Quando cheguei aqui, pensava que era invasão, porque aqui não tem asfalto, saneamento básico, nada. Mas aqui é loteamento, porque os terrenos são pagos”, conta. Gerlane, que mora com o marido e dois filhos na casa, diz ainda que nem carteiro aparece no bairro. “Cada um dá o seu jeito. No meu caso, eu tenho que dar o endereço da minha sogra, porque aqui eles não entram”, afirma.
Quanto à falta de água, ela diz que teve que gastar dinheiro para cavar um poço semi-artesiano, uma vez que a Prefeitura não oferece nenhum serviço de distribuição. “Quando a gente comprou aqui, até pensei que tinha, mas não. Então, a gente teve que vender o carrinho que tinha para fazer o poço e poder ter água em casa”, detalha.
Resposta
A reportagem enviou e-mail para assessoria de comunicação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, cobrando respostas referentes à falta de entrega de correspondências no bairro. Porém, até o fechamento desta edição, a autarquia não havia se manifestado sobre o assunto. Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Marabá informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.
(Nathália Viegas)