Correio de Carajás

Violência de gênero e Pedral do Lourenção na pauta da escuta do Plano Pará 2050

O evento, que acontece pela 5ª vez em Marabá, reúne a sociedade civil para discutir demandas da região

A quinta escuta pública em Marabá, do Plano Pará 2050, aconteceu nesta terça-feira (12), no Carajás Centro de Convenções, envolvendo a população na construção de um projeto de longo prazo que atenda às demandas da região, rumo ao desenvolvimento sustentável e equitativo. Assuntos como violência de gênero fora e dentro da saúde e o derrocamento do Pedral do Lourenção foram pautas levantadas no evento.

O Plano Pará 2050 foi criado com a intenção de melhorar indicadores sociais, promover a distribuição equitativa da riqueza, expandir a base econômica e fomentar a competitividade, investir em educação e tecnologia, além de impulsionar a sustentabilidade ambiental. Tal projeto segue as diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) e abrange áreas como meio ambiente, saúde, educação, tecnologia, entre outras.

As escutas públicas têm o propósito de estabelecer um diálogo mais amplo com a sociedade civil, coletar propostas e sugestões da população local e obter informações cruciais para moldar o futuro do estado do Pará. O objetivo final é criar políticas públicas que garantam um futuro sustentável, com igualdade e oportunidades para todos os habitantes.

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Para Josep Pont Vidal, coordenador geral do projeto, o planejamento é crucial: “Com ele, pensamos em ações do governo a curto, médio e longo prazo.”

Josep Pont Vidal e Maria de Nazaré estiveram à frente da escuta pública nesta terça-feira

Vidal enfatiza a importância de não discriminar artificialmente nenhum aspecto, pois todos têm relevância no contexto do plano. O coordenador também destaca que a sociedade civil, incluindo os jovens, desempenha um papel fundamental na construção do plano, fornecendo uma representação diversificada da população.

Maria de Nazaré, secretária adjunta de planejamento e orçamento da Seplad, aponta a escuta como uma ligação entre o governo e a sociedade, explicando que é imprescindível compreender as demandas da sociedade, identificar problemas e necessidades, e criar políticas públicas que atendam a essas demandas.

A secretária destaca o compromisso do governo em promover o desenvolvimento sustentável, incluindo o foco na questão ambiental e na economia criativa: “A gestão está empenhada em expandir o acesso à saúde, tornando-a mais acessível para as áreas periféricas e promovendo projetos como as “Usinas da Paz””, acrescenta.

O secretário regional de governo do Sul e Sudeste do Pará, João Chamon Neto, também presente no evento, disse ao CORREIO que o governo do Pará, liderado pelo governador Helder Barbalho, tem como prioridade ouvir a população desde o início de seu mandato. Ele elucida que o Pará 2050 é um programa de médio e longo prazo e que a escuta pública em Marabá é uma oportunidade para a sociedade civil organizada da região expressar suas sugestões.

O secretário João Chamon cita o derrocamento do Pedral do Lourenção como uma questão a ser ouvida/ Imagem: TV Correio

Por fim, ele também pontua que a escuta pública é crucial para garantir que o programa reflita as expectativas da sociedade e aborde suas necessidades, incluindo questões como o derrocamento do Pedral do Lourenção e outras prioridades da região.

Uma das questões trazidas no evento foi a violência contra a mulher, dentro e fora do sistema de saúde. Ao microfone, a integrante do Coletivo de Mulheres da Zona Urbana e Rural, Heidiane Moreno, citou os altos índices de violência de gênero, incluindo casos de violência doméstica e feminicídio. A articulista expressou sua preocupação com a falta de progresso na redução desses índices e a necessidade de abordar essas questões de maneira mais eficaz.

A articulista Heidiane frisou o alto índice de violência contra a mulher em Marabá

Heidiane também sugeriu a realização de escutas específicas para mulheres, incluindo mulheres indígenas, ribeirinhas e camponesas, para que suas necessidades e preocupações sejam abordadas adequadamente no programa Pará 2050. Ela enfatizou a importância de oferecer qualificação profissional para mulheres em situações vulneráveis e a necessidade de creches para facilitar o acesso das mães ao mercado de trabalho e à qualificação profissional. (Thays Araujo)