Correio de Carajás

Desfile em Marabá tem 4 horas de duração e público reduzido

Todos desfiles realizados desde o dia 1º de setembro, na zona urbana e rural, usaram o tema central

A maior concentração do público foi aos redores do palanque das autoridades/ Fotos: Evangelista Rocha

A comemoração dos 201 anos da declaração de Independência do Brasil foi celebrada com o tradicional desfile cívico-militar realizado na Avenida Antônio Maia, no Núcleo da Velha Marabá.

Seguindo o cronograma, o evento começou pontualmente às 7h15 com o hasteamento das bandeiras na Praça Duque de Caxias. De lá, foi realizada a revista da tropa para então o desfile iniciar, as 8 horas.

O grande dilema foi o tempo de desfile, dê quatro horas de duração, o mais longo já registrado pela Reportagem Correio. A programação acabou ao meio dia.

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Vale ressaltar que era visível a redução do público presente se comparado ao ano de 2022.

Pontualmente às 8 horas, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Marabá (APAE) entrou na avenida com seus alunos. Ovacionados por quem estava ali, professores, pais e alunos desfilaram com alegria e sorriso no rosto.

Aos cinco anos de idade, Clebson Gonçalves frequenta a APAE desde os sete meses de vida, e para a mãe, Cláudia Gonçalves, 47, esse momento é muito importante para que a sociedade veja o trabalho realizado. “Eu gosto muito, e o Clebson também gosta quando a gente passa na avenida. Ele gosta de interagir, de dar tchau, gosta de ver todo mundo aplaudindo”.

Cláudia e o filho, Clebson, desfilam há 5 anos pela APAE

Cláudia conta que combate o preconceito e faz questão de andar com o uniforme da APAE sempre que pode. Ela relembra que descobriu a síndrome de down somente quando Clebson nasceu, momento em que ficou muito emocionada. “Quando vi meu filho quase nem acreditei que era meu. Me emocionei muito. Meu filho é igual as outras crianças. Acredito que as pessoas já estão tomando consciência e o preconceito está diminuindo”, afirma.

Além da APAE, desfilaram os idosos dos programas sociais da Secretaria de Assistência Social (Seaspac), do Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual e Centro Especializado na Área da Surdez.

Skatistas da Associação de Modalidades Esportivas mostraram muita habilidade

Logo em seguida vieram os Núcleos de Educação Infantil, a Fundação Casa da Cultura de Marabá e e as escolas municipais. Depois desfilaram instituições privadas, Clube de Desbravadores, Ordem Demolay, Associação de Modalidades Esportivas, Assembleia de Deus, Projeto Visão de Águia, Escola de Bombeiro Civil e os servidores da Secretaria Municipal de Educação.

Encerrando o desfile os militares entraram na avenida. Primeiro a 23ª Brigada de Infantaria de Selva, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Departamento Municipal de Segurança Patrimonial, Departamento Municipal de Trânsito Urbano e Guarda Municipal.

Em 2023 a Polícia Militar veio com o pelotão de veteranos

Ao todo, 56 instituições civis e militares – cerca de 12 mil pessoas – desfilaram pela avenida. A programação encerrou rigorosamente às 12 horas.

Moradora da Velha Marabá, Jacqueline de Sousa vai todo ano para a Avenida para ver o desfile, principalmente dos militares.

Com as duas filhas, marido e amigos, eles chegaram cedo para pegar um bom lugar no canteiro da Avenida Antônio Maia. Na sombra, eles aguardavam o início do desfile.

“Acho bonito demais ver os homens e as mulheres, todos uniformizados, marchando”, disse com uma filha no colo e a outra no bebê conforto curtindo um sono.

Com o marido, as duas filhas e amigos, Jaqueline de Sousa chegou cedo para assistir os desfiles

O vereador Márcio do São Félix acompanhou todos os desfiles da zona urbana da cidade e ficou muito feliz em ver toda a movimentação dos alunos e do público em acompanhar esse momento.

“Esse é o resgate do nosso momento cívico do cidadão brasileiro. Ver a participação das escolas, principalmente das famílias, é muito importante. Precisamos exatamente disso, das famílias engajadas junto com as escolas”, resumiu.

Aproximadamente 1.500 militares do exército desfilaram neste dia 7 de setembro

A importância do 7 de setembro

Ao CORREIO, o comandante do Comando de Policiamento Regional (CPR II), coronel Dayvid Sarah Lima, falou sobre a importância de trazer o civismo para a sociedade, principalmente para as crianças.

“Há muito tempo eram só os militares que desfilavam. Com o tempo a comunidade passou a integrar, e isso é muito importante para que as crianças, desde cedo, possam se sentir parte integrante desse dever cívico e, futuramente, contribuir para a nossa sociedade”, disse.

Comandante do CPR II elogiou os temas apresentados pelas escolas durante os desfiles

Para o comandante, o desfile de 7 de setembro não é apenas um desfile já que as instituições levam para a avenida temas atuais como meio ambiente, educação, folclore, esporte. “Essa manifestação cultural é muito boa, porque eles trazem informações para as autoridades do que está sendo trabalhado com as crianças. Isso é fantástico”, elogiou.

Sobre o desfile da Polícia Militar, Dayvid Sarah conta que esse ano a novidade é o pelotão de veteranos. Policiais militares que serviram por 30 anos a instituição, em Marabá e região, e hoje pela primeira vez estão fazendo o desfile, honrando a dedicação dos anos de serviço.

Outra autoridade presente e que elogiou o desfile foi o general da 23ª Brigada  de Infantaria de Selva, Eduardo da Veiga Cabral.

“Estou achando lindo os desfiles das escolas trazendo como tema a educação. Estão de parabéns! Estou achando lindo e gostando muito de ver”, elogiou.

Para o general Veiga esse é um momento de união, civismo e patriotismo

Para ele, a comemoração da Independência do Brasil é um momento de união, civismo e patriotismo.

O exército desfilou com 1.500 militares, mostrando viaturas e equipamentos.

(Ana Mangas)