Com a intenção de minimizar o preconceito, valorizar o potencial histórico e econômico da comunidade da circunvizinhança do núcleo São Félix, a Escola Estadual de Ensino Médio “Walkise da Silveira Vianna”, localizada no referido bairro, realizou nesta semana, quarta-feira, 3, na Praça dos Sonhos, a “I Mostra Meu Lugar: Bacabal, Geladinho e Espírito Santo”.
Mostra fotográfica, croquis, histórico da comunidade, apresentações culturais, ambiente vivo, relatos de contos e causos, roda de conversa, apreciação de obras produzidas pelos alunos, venda de produtos e artesanato produzido pela comunidade foram as atividades desempenhadas pelos educandos da “Walquike Vianna”.

No decorrer do projeto, que faz parte do plano de ação do PJF (Projeto Jovem do Futuro), com a orientação dos professores, os alunos desenvolveram pesquisas bibliográficas, rodas de conversas, palestras, aulas de campo, vídeos entre outros exercícios.
Segundo o professor Wellington de Lima Souza, que leciona a disciplina de Filosofia na “Walkise Vianna”, este projeto tem a importância de reunir a comunidade que faz parte da escola, valorizar o potencial delas, bem como o lado histórico e econômico, uma vez que, alunos da instituição escolar são oriundos em grande parte daquela comunidade.
“Muitos de nossos estudantes são vítimas de preconceito por residir nessas áreas. Queremos diminuí-lo e valorizar a escola, pois é muito mal vista, mas estamos fazendo um trabalho diferenciado e mostrando o potencial que esses alunos têm”, explica o professor, lembrando também que a “Praça dos Sonhos” é comumente utilizada para uso de entorpecente, entretanto, no dia da culminância do projeto foi atrativo cultural para a população.
A aluna Naise, cursa o 3° ano, no turno da noite, na “Walkise Vianna”, ela participou do projeto e foi a responsável pela confecção de um livro que menciona dados e história da comunidade do núcleo São Félix: Bacabal, Geladinho e Espírito Santo. Em específico, o livro trata da Vila Espírito Santo.
De acordo com a discente, o projeto relata histórias de pessoas que não são bem-vista na sociedade por serem trabalhadores braçais. “Fomos atrás dessas pessoas e vimos que são gente como a gente, trabalham com atividades manuais pesadas. Esse trabalho foi de extrema importância para fazermos o bem e mostrar que essas pessoas são do bem também”, relata ela, acrescentando que a Vila do Espírito Santo apresentou avanços na saúde, educação e até mesmo na diversidade religiosa.
A coordenadora pedagógica Marisa Matarolo destaca que, essa ação tem a intenção também de aumentar o rendimento escolar dos discentes. Ademais, visa contribuir com a diminuição das taxas de bullying, violência física, perca e/ ou negação da identidade, dentre outros, fatores estes oriundos do preconceito.
“A escola tem uma missão social, que consequentemente, vai refletir no pedagógico, pois sabemos que a educação não se dá apenas na sala de aula, com a pesquisa, extensão e valorização de saberes como este, que essa mostra proporciona”, finaliza a coordenadora. (Colaboração Emilly Coelho)