Correio de Carajás

Pai acusado de estuprar a filha está no presídio, informa delegada

A titular da DEAM também deu orientações à população sobre como denunciar esse tipo de crime

Delegada Yasmin Farias enfatiza a importância de denunciar os abusadores e reunir provas sempre que possível

Um cenário sombrio e doloroso, onde a realidade confronta o pesadelo. Um pai acusado de um ato hediondo contra sua própria filha sacudiu a tranquilidade de Marabá nesta quinta-feira (31). Neste ambiente sinistro, no qual o silêncio é muitas vezes o cúmplice do crime, a lei vem como um sopro de alívio e esperança.

A reportagem deste CORREIO deu um mergulho profundo no coração de um caso que exige coragem, determinação e um compromisso inabalável com a verdade. É a história da vítima que, apesar do medo, encontra uma rede de apoio disposta a enfrentar o inimaginável. É o retrato de uma rede de proteção a mulher que se une para romper a escuridão em busca da justiça.

Este caso traz à tona o pior da natureza humana, mas também revela a força da humanidade quando confrontada com a adversidade.

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Yasmin Farias, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Marabá, afirma que, agora, após a prisão, o processo legal está apenas começando. Um inquérito será aberto, e o acusado será provavelmente indiciado. O juiz converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva e decidirá se o suspeito vai responder em liberdade ou não.

“A condenação ou absolvição será determinada em julgamento posterior. A média de condenação para casos de estupro no Brasil é de cerca de oito anos, mas a gravidade do crime e as evidências apresentadas influenciam na decisão judicial”, afirma.

Neste caso específico, há um agravante devido ao vínculo familiar entre o agressor e a vítima. Vale ressaltar aqui que o crime de estupro cometido por ascendente contra descendente é considerado especialmente grave. A gravidade do crime é levada em consideração no processo judicial.

ESTATÍSTICAS E SINAIS

De acordo com a delegada Yasmin, casos de estupro frequentemente envolvem vítimas do sexo feminino, com agressores que são pessoas próximas, como pais, padrastos, avós e tios. Essa estatística alarmante ressalta a importância de estar atento aos sinais de abuso.

Identificar sinais de abuso pode ser complexo, mas é crucial para prevenir o crime e apoiar as vítimas: “As mudanças no comportamento da vítima, timidez excessiva e desempenho escolar ruim são indicativos que não podem ser ignorados. A família e amigos desempenham um papel fundamental em oferecer apoio e ajudar a vítima a denunciar o agressor”, diz.

A delegada enfatiza a importância de denunciar o abusador e reunir provas sempre que possível. Mesmo que as pessoas não acreditem de imediato, a denúncia é crucial. Evidências como roupas íntimas ou depoimentos de testemunhas fortalecem o caso e auxiliam na investigação.

O DEPOIS

Após a denúncia, são realizados procedimentos legais adequados, como a abertura de inquérito por portaria e o pedido de medidas protetivas, quando necessário, para garantir a segurança da vítima.

O caso devastador serve como um alerta para a importância da prevenção, do apoio às vítimas e do papel das autoridades na busca por justiça em casos de violência sexual. A DEAM de Marabá está comprometida em combater crimes contra as mulheres e garantir que os agressores sejam responsabilizados pelos seus atos, contribuindo para um futuro mais seguro para todas as vítimas de estupro. (Thays Araujo)