Pensando além da extração de minérios, a Exposição e Congresso Brasileiro de Mineração 2023 (EXPOSIBRAM) iniciou levantando temas fundamentais como sustentabilidade, segurança e desenvolvimento econômico. O evento bienal, que está acontecendo em Belém, tem abordado tópicos que vão desde exploração mineral e processamento de minérios até inovação tecnológica e responsabilidade social.
Criando um ecossistema diversificado de participantes, o encontro tem seu ponto alto ao reunir pessoas do Brasil e do mundo inteiro por meio de vitrines para a inovação na indústria mineral. Empresas, profissionais, especialistas e autoridades do setor, bem como fornecedores de tecnologias e serviços relacionados, atenderam a abertura da exposição no início da tarde de terça-feira (29). A 25ª edição acontece no Hangar Centro de Convenções & Feiras da Amazônia.
Presente, a reportagem deste Correio esteve no local e deu um giro pelos vários estandes dispostos no centro do local.
Leia mais:Em construção no município de Conceição do Araguaia, o projeto Araguaia níquel, da Horizonte Minerals, é o maior investimento greenfield em níquel no Brasil. Com vida útil de mina de 28 anos, a Linha 2 promete produzir 14.500 toneladas por ano de ferroníquel para abastecer o mercado de aço inox.
Atualmente, mais de 3.300 pessoas atuam na construção do Projeto Araguaia, entre empregados diretos e indiretos, que está com 65% do projeto de construção concluído, com o primeiro metal previsto para o primeiro trimestre de 2024.
Leonardo Vianna, diretor do Projeto, que apresentou o stand a reportagem, disse que participar de Exposibram é de extrema relevância, já que o evento é uma grande vitrine para o setor e uma oportunidade de debater ideias e trocar experiências com o público: “Nós temos a chance de mostrar a importância do projeto em andamento. Ele irá alavancar a produção de níquel no Brasil”, garante.
A Cidade Limpa Ambiental, um dos participantes notáveis da exposição, exibe sua abordagem inovadora para o gerenciamento de resíduos. Fundada em 1998 em Belém, a empresa rapidamente expandiu sua atuação além da coleta de entulhos de construção, abrangendo resíduos industriais, hospitalares e de mineração. Sua presença é marcada por uma abordagem multimodal, incluindo transporte e destinação final de resíduos, bem como logística reversa em todo o território nacional.
O expositor transmite sua mensagem de compromisso com a gestão responsável de resíduos por meio de gráficos elucidativos e exemplos concretos de suas soluções. André Aragão, representante da empresa, destaca sua evolução: “Nossa trajetória desde 1998 demonstra nossa dedicação em enfrentar os desafios do gerenciamento de resíduos de forma inovadora e sustentável. Nós estamos transformando o que poderiam ser resíduos em recursos valiosos.”
O estande da Vale é, de fato, uma experiência imersiva. Utilizando tecnologia de realidade virtual, a empresa oferece uma visão envolvente do BioParque Vale Amazônia.
A inovação, segundo os organizadores, reflete o compromisso da Vale com o desenvolvimento econômico em harmonia com a conservação ambiental e o bem-estar das pessoas. “Nos últimos quatro anos, avançamos consistentemente em nossa jornada para sermos mais seguros, sustentáveis e inovadores”, declara Bartolomeo, presidente da Vale.
Os gráficos interativos e informações visuais da vitrine da mineradora detalham seu impacto positivo na economia e na sociedade. Com quase 40 anos de presença no Pará, a Vale gera cerca de 60 mil empregos entre operações próprias e contratadas. A empresa também se destaca no cenário das “Empresas dos Sonhos”, sendo eleita como a segunda mais desejada para se trabalhar no Brasil.
À medida que os estandes na Exposibram são explorados, fica claro para quem está presente que, a inovação e a sustentabilidade estão no cerne da evolução da indústria mineral. A grande promessa entre as vitrines é de moldar um futuro mais brilhante para a mineração, onde tecnologia, responsabilidade ambiental e desenvolvimento econômico caminham de mãos dadas.
Mas, entre tanta propaganda, entre a multidão, há também um público tímido e pouco falado: os visitantes. A reportagem encontrou um grupo de jovens estudantes de geofísica, da Universidade Federal do Pará e descobriu que era a primeira vez da turma no evento.
Em entrevista, os futuros responsáveis detentores do conhecimento sobre a estrutura, da composição, das propriedades físicas e dos processos dinâmicos da terra, se mostraram fascinados com a quantidade de tecnologia e informação em um só ambiente: “Eu nunca tinha visto, assim, de perto, um óculos de realidade virtual. É realmente uma grande oportunidade”, comentou Ana Silva.
Mas não foi só a Ana quem ficou impressionada. Jadiane Castro, sua colega de sala, mostrou que veio para aproveitar, com folders na mão, a jovem disse ter pingado em todos os expositores, para tentar matar um pouco da sede da curiosidade sobre este mundo, que está intrinsecamente ligado ao futuro profissional que pretende construir. (Thays Araujo)