Correio de Carajás

Boca segura resultado, empata com Cruzeiro e pega Palmeiras nas semifinais

O Cruzeiro deu adeus à Taça Libertadores nas quartas de final nesta quinta-feira ao empatar com o Boca Juniors em 1 a 1 no Mineirão, em Belo Horizonte, já que perdeu por 2 a 0 para o time argentino há duas semanas, em Buenos Aires.

Derrotado em La Bombonera na partida de ida, marcada pela polêmica expulsão do zagueiro Dedé depois de choque involuntário com o goleiro Andrada, o campeão mineiro se esforçou, chutou a gol 17 vezes, contra nove do adversário, e marcou um gol, com Sassá.

Contudo, o Boca fez valer sua experiência, segurou o resultado que lhe beneficiava e ainda arrancou o empate nos instantes finais, graças a Pavón, em falha do zagueiro Léo.

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Classificada, a equipe ‘xeneize’ terá pela frente nas semifinais outro representante do país, o Palmeiras, que ontem eliminou o Colo-Colo. Já a Raposa voltará as atenções ao Campeonato Brasileiro, em que é sétimo colocado, e principal à Copa do Brasil, em que buscará o hexa em final contra o Corinthians.

A Raposa teve seus 30 jogadores inscritos na Libertadores à disposição de Mano Menezes, incluindo Dedé, que deveria ter cumprido suspensão, mas foi liberado pela Conmebol. Curiosamente, o ‘Mito’ voltou a receber cartão vermelho.

Apesar de ter retornado aos gramados após seis meses no último domingo, na derrota para o Palmeiras por 3 a 1, pelo Campeonato Brasileiro, o atacante Fred não ficou sequer no banco por opção de Mano Menezes.

Já os ‘Xeneizes’ precisaram lidar com uma série de desfalques, a começar por Andrada, que sofreu uma fratura no maxilar inferior no choque com Dedé e deu lugar a Rossi. Também ficaram fora por lesão o zagueiro Jara e o atacante Benedetto, que foram substituídos por Buffarini, ex-São Paulo, e Villa.

O time mineiro tentou surpreender e deu um susto com menos de um minuto de bola rolando, em chute de longe de Arrascaeta, mas Rossi defendeu. Porém, o Boca não deu muito espaço para que os donos da casa sufocassem e responderam aos dez, com Pérez, que ficou com a sobra depois de vacilo de Henrique e encheu o pé de fora para boa defesa de Fábio.

Embora a marcação dos visitantes fosse forte, o Cruzeiro conseguia criar. Aos 12 minutos, Thiago Neves trocou passes com Arrascaeta, cortou a marcação e mandou à direita do alvo. Aos 20, o meia uruguaio deixou Buffarini na saudade e deu para Robinho, que preparou para o próprio Thiago Neves concluir pela linha de fundo.

O Boca marcava forte e não se arriscava, mas nem por isso abria mão de atacar. Aos 25 minutos, Villa ganhou de Egídio na direita e cruzou rasteiro, mas Zárate não chegou a tempo. Em seguida, aos 29, o próprio Zárate fez fila, Dedé não cortou por completo e o centroavante chutou a centímetros da trave.

Thiago Neves é quem tinha mais chances pelo Cruzeiro, mas as desperdiçava. Como aos 30, quando Egídio fez ótimo levantamento nas costas da zaga e o meia apareceu livre, mas não pegou em cheio na bola e desperdiçou o ataque.

A melhor finalização da etapa inicial foi de fora da área, de Lucas Silva, mas Rossi voou no lado direito e espalmou para escanteio. Seis minutos depois, a rede até balançou, em chute de Barcos, mas foi marcada falta no goleiro após o escanteio.

O segundo tempo começou com polêmica. Aos dez minutos, Barcos escorou, Arrascaeta entrou na área e foi derrubado. O árbitro apontou a marca da cal assinalando o pênalti, mas foi alertado que o centroavante argentino estava impedido antes de dar o passe.

Nem houve muito tempo para que a torcida lamentasse, porque dois minutos depois o bicampeão da América fez 1 a 0. Arrascaeta bateu escanteio, Léo tentou pelo alto, a bola bateu em Barcos e ficou à feição para Sassá estufar a rede. O atacante havia entrado segundos antes na vaga de Lucas Silva.

No embalo, o Cruzeiro voltou a dar trabalho aos 18, em outra cobrança de escanteio. Robinho levantou no meio da área, Léo ganhou pelo alto, mas não pegou bem e encobriu a meta.

A pressão cruzeirense era cada vez maior, e Dedé curtiu uma de ponta direita aos 29 minutos. O defensor cruzou, Thiago Neves não teve o equilíbrio necessário e até arrematou, mas acertou a zaga. No escanteio, o goleiro saiu mal, só que a bola atravessou toda a área e saiu em lateral.

Em um fato raro em um mata-mata, Dedé foi expulso na ida e na volta. Aos 37 minutos, o camisa 26 acertou Pavón na intermediária de defesa, recebeu o segundo amarelo e consequentemente o vermelho.

Mesmo com um a menos de novo, o time da casa ainda insistiu e teve outras duas chances. Aos 42, Edílson cruzou, Thiago Neves dividiu com o goleiro e o gol ficou aberto para Raniel, mas o jovem atacante preferiu dominar a bater de primeira e se enrolou. Dois minutos depois, o próprio Edílson soltou a bomba de fora da área, a bola desviu e encobriu o travessão por pouco.

A classificação do hexacampeão da Libertadores era iminente e foi confirmada aos 48, com o gol de empate. Gago bateu falta, Ábila, ex-Cruzeiro, ajeitou com o peito e Pavón aproveitou falha de Léo para fuzilar Fábio e deixar tudo igual.

Ficha técnica:.

Cruzeiro: Fábio; Edílson, Dedé, Léo e Egídio; Henrique, Lucas Silva (Sassá), Robinho, Arrascaeta (Rafinha) e Thiago Neves; Barcos (Raniel). Técnico: Mano Menezes.

Boca Juniors: Rossi; Buffarini, Izquierdoz, Magallán e Olaza; Barrios, Nández e Pérez (Gago); Villa (Cardona), Pavón e Zárate (Ábila). Técnico: Guillermo Barros Schelotto.

Árbitro: Andrés Cunha (Uruguai), auxiliado pelos compatriotas Nicolás Tarán e Mauricio Espinosa.

Cartões amarelos: Egídio, Dedé e Rafael (Cruzeiro); Pérez e Pavón (Boca Juniors).

Cartão vermelho: Dedé (Cruzeiro).

Gols: Sassá (Cruzeiro); Pavón (Boca Juniors).

Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte.

(EFE)