Correio de Carajás

Na cidade da luz, mãe e engenheira eletricista empreende em área “masculina”

Depois de fazer sucesso com o próprio negócio, Thayane Bandeira agora pretende motivar outras mulheres a empreenderem

Engenharia elétrica, Thayane resolveu empreender abrindo o próprio negócio na área de energia solar em Tucuruí

Mulher, mãe e empreendedora há sete anos. Como se não fosse desafios suficientes, Thayane Bandeira ainda escolheu empreender em uma área predominantemente masculina: Ela é engenheira eletricista e especialista em energia solar. Mora em Tucuruí, a 460 km de Belém e este ano resolveu aceitar mais um desafio em sua vida profissional: se inscreveu no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, uma iniciativa que valoriza e incentiva o empreendedorismo feminino no Brasil, reconhecendo o trabalho e a dedicação de mulheres empreendedoras que contribuem para o desenvolvimento do país.

Thayane conta que mesmo sendo uma área de atuação masculina muito forte, nunca se sentiu intimidada: “Eu sempre tive muita clareza da necessidade que as pessoas tinham de pagar menos na conta de energia, então enfrentei de peito aberto os desafios do mercado e fui quebrando todas as objeções de uma mulher empreender nesse nicho e, hoje, estamos vendo o resultado, com a nossa empresa sendo reconhecida em números e qualidade”, comemora.

Segundo o Sebrae, com base em dados do IBGE, o número de mulheres empreendedoras chegou a 10 milhões no segundo semestre de 2022. Desde 2004, esse prêmio homenageia as mulheres, que têm capacidade de inovação, estratégia e gestão empresarial que, com seus negócios, geram impacto social e econômico na região em que estão inseridas. E essa é a primeira vez que Tucuruí terá representantes nessa premiação nacional do Sebrae.

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Apesar da pouca idade, apenas 29 anos, Thayane nota que, desde a faculdade, as mulheres vêm ocupando espaços que antes eram, na sua grande maioria, preenchidos por homens. “Quando iniciei a graduação, lembro que éramos três ou quatro mulheres em uma turma de quarenta alunos, hoje vemos muitas jovens entrando nessa profissão, abrindo empresas e não em papéis coadjuvantes ao lado dos maridos ou pais”, avalia.

Grande parte das mulheres cria seu próprio negócio por necessidade. O último índice de empreendedorismo feminino na pandemia mostra um aumento de 41% de empreendedoras, segundo o LinkedIn. O aumento foi interpretado como uma resposta aos desafios profissionais do período, a necessidade de maior flexibilidade para conciliar trabalho e cuidados de casa ou da família.

A jornada de Thayane é muito parecida com a da maioria das mulheres no mundo, pois além da empresa de energia solar, ela se dedica na criação de seus dois filhos, João e Bernardo, de 12 e 2 anos, respectivamente. Ela conta que as crianças são suas maiores motivações para continuar a investir na sua carreira: “Eu quero poder proporcionar aos meus filhos oportunidades que não tive, quero ter a liberdade financeira para mostrar o mundo a eles, além de me capacitar para guiá-los para realizar seus sonhos.”

Para o futuro ela está apostando alto: quer extrapolar as fronteiras do Estado do Pará e também atuar como agente de mudança na mentalidade de outras mulheres. “Eu quero ser inspiração para outras mulheres, me vejo cada vez maior, abrangendo outras cidades e Estados. Temos projetos de expansão da E-Solar Engenharia, então, para o futuro só consigo visualizar o crescimento pessoal e empresarial”.

Quando questionada sobre por que se inscreveu no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, a engenheira é assertiva e responde seguramente: “Quero mostrar que nós, mulheres, podemos sim, empreender no ramo de engenharia, tecnologia, prestando um serviço de excelência, qualidade, com tecnologia de ponta. Acho muito importante levar essa representatividade, do interior do Pará e da Amazônia, para o Brasil inteiro, conclui Thayane. (Texto: Liliane Skittberg)