Desde quando o Instituto Miguel Chamon iniciou seus atendimentos pelos bairros do Núcleo Nova Marabá, duas figuras são presença constante em cada parada da instituição. Valdir Amorim Ferreira e Moisena Rodrigues de Souza aproveitam a oportunidade para vender lanches para aqueles que estão nas filas aguardando atendimento médico de qualidade e humanizado.
Nesta quarta-feira (16), foi a vez dos moradores das Folhas 8 e 10 receberem os consultórios móveis da entidade. O local estrategicamente escolhido para realizar os serviços foi a Rua V53 (Folha 7), ao lado do Clube Pororoca.
Valdir trabalha ‘fichado’, como ele mesmo diz, e atualmente está de férias. Ele aproveitou o momento de descanso para ajudar a companheira na atividade autônoma de venda de lanche. O casal organiza seu estabelecimento itinerante sobre o ‘lombo’ de uma motocicleta Honda Biz e dessa forma acompanha os caminhões do Instituto em todas as paradas da Nova Marabá.
Leia mais:Moradores do Bairro Nossa Senhora de Nazaré, Valdir e Moisena chegaram ao local às 5 horas da manhã. “O pessoal que está com fome já veio lanchar com a gente. Essa ação é boa para eles, que são ajudados, e nos ajuda também, né?”, conta, feliz, o trabalhador.
Ele é enfático ao elogiar o trabalho realizado pelo Instituto e se sente agradecido pelos benefícios oferecidos. “É muito bonito o que o Chamonzinho está fazendo, ajudando a população, atendendo as pessoas. É bom para nós também, ambulantes”.
Ao CORREIO, Valdir conta que vai continuar acompanhando os caminhões do Instituto em seu próximo destino. Na quinta (17) e sexta-feira (18) a parada será na Folha 6, em frente à Escola Albertina Moreira dos Reis.
PERNOITOU
Nem mesmo o feriado da Adesão do Pará, na terça-feira, 15, foi suficiente para diminuir a quantidade de pessoas que foram até o Instituto em busca de atendimento.
Luciano Santos de Souza, entregador de 32 anos, saiu da Folha 35 e foi até a Folha 07 em busca de consulta oftalmológica para ele e sua esposa. O casal passou a noite na fila, levando até mesmo um colchão para deixar a espera mais confortável. “Viemos ontem, mas não conseguimos atendimento, só deu certo hoje. Tinha gente demais, por isso dormimos aqui”.
Questionado pela reportagem sobre como é o acesso à saúde pública no bairro onde mora, Luciano conta que é precário, além de muito complicado. “Na realidade nós não temos um atendimento de qualidade lá, não temos postinho de saúde”.
Quando precisa de uma consulta médica, os moradores da Folha 35 precisam ir até o KM 7. Os bairros não ficam próximos um do outro, fator que segundo Luciano, torna tudo mais difícil. Ele explica para a reportagem que se não fosse a ação do Instituto Miguel Chamon, a solução para o seu problema de visão demoraria muito.
“Conseguimos o exame de vista (sic) e o óculos, agora é só aguardar de 15 a 30 dias para chegar. Graças a Deus essa benção veio para nós”. (Luciana Araújo)