Consolidar a bioeconomia como nova vocação econômica do Brasil, e até mesmo do planeta, combatendo ilegalidades e investindo em ciência, tecnologia e inovação, a fim de agregar valor ao vasto conhecimento dos povos e protetores da floresta, é o que vai nortear o debate sobre a temática ambiental na visão do governador do Pará, Helder Barbalho, presidente do Consórcio da Amazônia Legal (CAL).
Esse novo conceito de desenvolvimento econômico, social e ambiental foi destacado pelo governador ao encerrar, na noite desta quinta-feira (10), o encontro internacional “Inovação, Finanças & Natureza”, no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, em Belém.
O evento teve a participação de representantes do Brasil e de outros países, ligados à iniciativa privada, instituições de ensino e pesquisa, e sociedade civil, além de comunidades tradicionais e indígenas.
Leia mais:
Investimentos – Helder Barbalho disse que as duas principais estratégias – combater ilegalidades ambientais e o desmatamento, e fazer com que haja mais floresta viva do que floresta morta – precisam de investimentos em tecnologia e conhecimento para a construção da sustentabilidade ambiental, econômica e social.
“Esta é uma grande oportunidade para Belém, que está no centro das discussões, da Amazônia. Que está no centro daquilo que o planeta enxerga como solução para as urgências climáticas. Nos cabe assumir este protagonismo e fazer a convocação ao mundo para financiar soluções que possam cuidar das pessoas que moram aqui”, reforçou o governador.
O encontro é um desdobramento dos eventos “Diálogos Amazônicos” e “Cúpula da Amazônia”, realizados na capital paraense entre 4 e 9 de agosto. Segundo Helder Barbalho, a presença de tantos representantes em mais essa agenda confirma a mobilização de tantos entes em torno de uma pauta de interesse mundial.
Mosaico produtivo – “Sem fiscalização e combate à ilegalidade não vai em frente; mas só isso não basta. Temos 6 milhões de áreas antropizadas (modificadas pela ação do homem), o segundo maior rebanho bovino do Brasil, a maior cultura de cacau, açaí, mandioca, pimenta-do-reino e de palmas. E este mesmo Estado deve aparecer este ano no balanço minerário brasileiro como a mais importante província minerária do País. Somos um mosaico. Se houver aprofundamento do nosso Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio), que apresentamos ano passado lá no Egito durante a COP 27, teremos bioeconomia e outros. Não queremos excluir”, enfatizou o governador do Pará.
Ele informou que, no âmbito do PlanBio, foi feito um levantamento que sugere uma movimentação econômica de US$ 120 bi anuais com 43 produtos oriundos da floresta. “Só no ano de 2022, a exportação desses produtos movimentou cerca de US$ 250 milhões. Queremos ser líder de bioeconomia do Brasil, sendo também o estado da mineração legal e combatendo a ilegal. Ser protagonista na produção alimentar mudando a chave, ficando na produção intensiva sem derrubar árvore para ser produtor de grãos e proteína animal. É preciso mudar o raciocínio e, ao mesmo tempo, haver uma grande convergência de todos os atores envolvidos”, ressaltou Helder Barbalho.
(Agência Pará)