Foi encerrado no início da tarde desta quarta (9) o ciclo de reuniões e debates da Cúpula da Amazônia, entre os oito países signatários do Tratado de Cooperação Amazônica e outros convidados. Nos discursos e comunicados à imprensa e à sociedade, não apenas os assuntos ligados às mudanças climáticas e à preservação ambiental estiveram em foco, mas principalmente os amazônidas, lembrados com destaque em todo o evento.
Ao término do encontro, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração à imprensa, não aberta a perguntas, na qual defendeu financiamento internacional não apenas para questões ambientais, mas também para as questões socioeconômicas da região.
“O que fizemos aqui foi dizer ao mundo que nós não aceitaremos mais ficar criando teses que não serão colocadas em prática, vamos à COP 28 com o objetivo de comunicar aos países ricos que se querem preservar efetivamente o que existe de floresta, precisam colocar dinheiro não apenas para cuidar da copa da floresta, mas para cuidar do povo que mora lá embaixo, que quer trabalhar, estudar, comer, passear e viver decentemente. É cuidando desse povo que a gente vai cuidar da floresta”, declarou.
Leia mais:Ele avaliou positivamente o evento, destacando a capacidade de discussão e elaboração de propostas do encontro. Conforme ele, a Declaração de Belém, assinada na tarde de terça (8), reúne iniciativas concretas para enfrentamento dos desafios compartilhados pelos oito países que possuem territórios cobertos pela Floresta Amazônica, tanto no combate ao desmatamento, quando na criação de mecanismos financeiros e de desenvolvimento sustentável, além do fortalecimento da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
O presidente se comprometeu a aumentar o policiamento nas fronteiras e fazer convênios com as forças armadas de todos os países fronteiriços com a mesma finalidade. “Da mesma forma que vamos brigar para garantir a floresta, vamos brigar para expulsar dela o narcotraficante, o traficante de armas e o crime organizado”.
Lula reforçou a criação de um painel técnico-científico, citado por ele na abertura do evento e presente na Declaração de Belém, e de novas instâncias de coordenação e participação na OTCA, a ser fortalecida com reuniões regulares de presidentes e autoridades. Aumentar a participação social nas discussões e instituir o parlamento amazônico também estão entre as promessas.
O brasileiro ressaltou, ainda, como ponto positivo da Cúpula, a ampliação de diálogos com líderes de países em desenvolvimento que possuem florestas tropicais, como a República do Congo e a República Democrática do Congo, que participaram do evento, e com aqueles que apoiam o Fundo Amazônico, caso da Noruega.
(Da Redação)