O Marabá Jazz Festival 2023 chega ao terceiro dia de programação com grandes atrações de diferentes vertentes da música instrumental brasileira. No palco do Carajás Centro de Convenções, em Marabá, o público poderá sentir a diversidade que perpassa o som do violonista e compositor Dauro Remor, a levada que marca o trabalho da saxofonista, compositora e produtora musical Suka Figueiredo e a mistura de ritmos produzida pela compositora e multi-instrumentista, Nilze Carvalho. Por mais um ano, o Marabá Jazz Festival tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Reunindo elementos que vão desde a valsa até o choro, passando também pela música pop e pelo tom mais forte das guitarras, o trabalho que será apresentado por Dauro Remor reúne um pouco do que o músico vem fazendo ao longo da vida. Inspirado pela própria forma como toca violão, instrumento que acaba apontando o caminho natural seguido pela sua composição, Dauro sobe ao palco do Marabá Jazz Festival envolvido pela novidade de apresentar esse trabalho ao público pela primeira vez, desta forma. “A expectativa é muito grande porque era um trabalho que estava adormecido, mas de repente surgiu essa oportunidade de apresentar e eu nunca fiz uma apresentação com música instrumental como essa. O palco também é um negócio fantástico, vai ser um espaço muito legal para tocar”.
Dauro lembra que esse material começou a ser gravado há mais de 12 anos, quando sua filha ainda morava em Belém e ele aproveitava as visitas feitas a ela para passar no estúdio e gravar alguma coisa. Depois de um período adormecido, o trabalho foi despertado para encontrar o público do Marabá Jazz. “Quando o Jackson [Jackson Gouveia, fundador da TheRoque Produções e idealizador do Marabá Jazz Festival] começou com o Marabá Jazz ele disse que soube que eu tinha esse material e eu falei que, inclusive, eu nem tinha terminado, não tinha subido para as plataformas e nem nada. Mas aí eu fiz esse processo, comecei a subir as músicas, terminei no estúdio e a gente preparou todo esse material. Tirando uma ou duas pessoas que trocaram, vai vir tocar comigo no show praticamente a mesma turma que gravou esse material na época”.
Leia mais:Natural do município de Joaçaba, em Santa Catarina, Dauro Remor vive há muitos anos em Marabá e foi no município paraense que ele construiu parte da sua relação com a música. “Na década de 1990, com a parceria com Neviton Ferreira e a participação do FECAM (Festival da Canção em Marabá) em várias oportunidades, acabei conhecendo um dos períodos mais férteis de composições e que culminou com a gravação do CD ‘Canto a Canto’. O lançamento foi no Cine Marrocos em duas noites, como um público fantástico na época”, recorda. Parte das referências e estilos que fizeram parte dessa sua trajetória na música estará, de alguma forma, contemplada no trabalho que o violonista apresenta, agora, no Marabá Jazz.
O trabalho da saxofonista, compositora e produtora musical Suka Figueiredo também chega à Região de Carajás e ao próprio Estado do Pará, através do Marabá Jazz. Natural do Rio de Janeiro, mas radicada em São Paulo, Suka conta que esta será a primeira vez que o seu trabalho cruzará as fronteiras de São Paulo. “Eu estou muito feliz e muito ansiosa, também, porque é a primeira vez, na verdade, que o meu trabalho sai do Estado de São Paulo e eu estou apaixonada pelo momento de ir e poder entrar em contato com a cena local”.
Em meio à busca por uma nova sonoridade na música instrumental brasileira que abrace a tradição e a modernidade, a saxofonista tenor leva ao palco do Marabá Jazz Festival o show Afrolatina, marcado não apenas pela já reconhecida qualidade musical do seu trabalho, mas também pela representatividade e equidade. “Quero que seja um baile de muito amor, que todo mundo se divirta muito e que, para além disso, também possa inspirar e servir de espelho para as meninas e mulheres da música de Marabá verem que é possível ocupar esses lugares”, anseia. “A música instrumental ainda é um cenário muito dominado por homens, então, quando a gente está num lugar de uma balança, 50 a 50, eu acho que é o mundo ideal em termos de representatividade, equidade”, destaca.
No que se refere ao repertório, Suka homenageia àquele que é sua principal influência, objeto de estudo e admiração, o Mestre Moacir Santos. “Eu espero que o público dance, se divirta porque é um show feito especialmente para quem vai estar lá, então, eu quero que se sintam pertencentes ao espaço, que se divirtam, que dancem muito, que compartilhem da obra do Moacir Santos, que é um compositor que inspira muito meu trabalho e também minhas músicas. As expectativas são altas, eu espero muito amor, energia, dança, corpos fluidos pelo Centro de Convenções! Que seja incrível!”.
Fechando em grande estilo a terceira e última noite do Marabá Jazz Festival 2023, a cantora, compositora e multi-instrumentista Nilze Carvalho, natural de Nova Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, apresenta um show marcado por clássicos do choro, samba e outros gêneros que fazem parte do seu repertório, como Brasileirinho (Waldir Azevedo), Carinhoso (Pixinguinha), Noite Cariocas (Jacob do Bandolim), Barracão (Luiz Antônio), Festa do Interior (Moraes Moreira) e, entre tantas outras canções, Choro de Menina, de autoria da própria Nilze e que dá nome ao seu primeiro álbum. “Eu e meu grupo estamos muito contentes com esse convite para a participação no festival. É sempre uma alegria tocar este repertório em comemoração aos 40 anos do meu primeiro ‘LP’, Choro de Menina”.
A relação da multi-instrumentista com a música começou ainda muito cedo, quando, aos cinco anos de idade, foi flagrada pelo irmão mais velho tocando “Acorda Maria Bonita” no cavaquinho. A série de LPs “Choro de Menina” foi gravada dos 11 aos 14 anos, com Nilze à frente do bandolim, e aos 15 a instrumentista já iniciava a carreira internacional, fazendo turnês por países como Itália, Espanha, França, Suíça, Holanda, Estados Unidos, Japão, Argentina, China e Austrália.
De volta ao Brasil, o trabalho só se fortaleceu, rendeu prêmios, levou Nilze Carvalho a cantar e tocar ao lado de grandes nomes da música popular brasileira e internacional, incluindo a saudosa Dona Ivone Lara, Zeca Pagodinho, Jair Rodrigues, Hamilton de Holanda, dentre muitos outros. Na noite do dia 13 de agosto, ela leva a sua música também ao público de Marabá e de toda Região de Carajás. “É a minha primeira vez em Marabá e vai ser muito bom tocar para esse público. A música tem esse poder de unir os povos. Vai ser uma festa bonita”.
Sobre o Marabá Jazz Festival
Depois do sucesso da sua edição de estreia, em 2022, o Marabá Jazz Festival chega à sua segunda edição com uma programação marcada pela diversidade da música popular e instrumental produzida no Brasil. Durante três noites, o público de Marabá e de toda a Região Carajás tem acesso aos trabalhos que vêm sendo produzidos por grandes músicos do cenário local e nacional, muitos deles se apresentando pela primeira vez no Estado do Pará. Ampliando o acesso e a democratização de um dos maiores festivais de música instrumental realizados na Amazônia, neste ano o público conta com estacionamento gratuito ao festival. O Marabá Jazz Festival conta com patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Serviço
O quê? Marabá Jazz Festival 2023
Quando? Dias 11, 12 e 13 de agosto.
Onde? Carajás Centro de Convenções – Marabá (PA).
Programação
Domingo, 13 de agosto de 2023
18:00 às 19:00 – Dauro Remor (Violonista e compositor. Natural de Joaçaba-SC, radicado em Marabá-PA)
19:15 às 20:15 – Suka Figueiredo (Saxofonista, compositora e produtora musical. Natural do Rio de Janeiro-RJ, radicada em São Paulo-SP)
20:30 às 22:00 – Nilze Carvalho (Compositora e multi-instrumentista. Natural do Rio de Janeiro)
Informações
Jackson Gouveia – Cel: 94 98153-7452
Letícia Medeiros – Cel: 94 98441-0134
theroqueproducoes@gmail.com
Instagram: @theroqueproducoes1 | Twitter: @theroque0 | Facebook: @theroqueproducoes
Texto: Cintia Magno