Correio de Carajás

Idosa arma rede em fila para aguardar Instituto Miguel Chamon

Para amenizar a espera e a ansiedade pelo atendimento, Francisca Gomes armou uma rede no canteiro - Foto: Evangelista Rocha

Em busca de atendimento de saúde com qualidade e de forma humanizada, a população do São Félix II está ansiosa esperando a chegada do Instituto Miguel Chamon. A longa fila que se forma na Avenida Magalhães Barata, esquina com a Alameda Tamboril, um dia antes da data programada para a ação é o retrato da necessidade que as pessoas têm sofrido.

Dentre as tantas que aguardam na fila, a idosa Francisca Gomes, de 65 anos, está sozinha. Ao CORREIO, ela conta que ouviu sobre o Instituto Miguel Chamon no carro de som que passou pela rua e decidiu ir ao local.

Para amenizar a ansiedade e a espera, dona Francisca levou uma rede e armou entre as árvores no canteiro da Avenida. Ela também chegou de manhã para garantir uma consulta com o médico oftalmologista. “Eu não enxergo mais nada, só de pertinho. Vim pra cá porque é o jeito, aqui é o lugar que vou conseguir consultar”, diz ela, enquanto se embala na rede.

Leia mais:
Desde as 6 horas da manhã desta quinta-feira, 3, Daiane Silva e a filha, Daffini, aguardam para consultar novamente no Instituto – Foto: Evangelista Rocha

Guardando uma vaga desde as 6 horas da manhã desta quinta-feira, 3, Daiane Silva, 32 anos, deseja renovar o exame oftalmológico e trocar os óculos. “Consegui ele de outra vez que o Instituto Miguel Chamon veio aqui. Já vai fazer dois anos que estou com ele, e é um óculos maravilhoso. É muito bom saber que essas carretas estão vindo de novo, aqui está muito difícil conseguir uma consulta e um óculos pra comprar é mais de mil reais”, calcula.

Questionada sobre estar na fila 24 horas antes de os atendimentos iniciarem, Daiane conta que vale a pena por conta do atendimento que é feito à população.

“Pra conseguir atendimento nos postinhos de saúde tem que dormir lá três noites e, às vezes, nem consegue. Falta médico e quando a gente chega ainda é mal atendido. Aqui no São Félix estamos jogados às traças. Não tem dentista. Ele só atende dia de sexta e são só 15 fichas. Mesmo com a demanda e a fila grande, a gente fica aqui porque o atendimento é excelente. Minha filha está até hoje com o dente obturado e agora só vai fazer uma limpeza. Vale a pena ficar aqui”, disse, acompanhada da filha Daffini Vitória, de 11 anos, que vai consultar com dentista.

Durante a reportagem, as pessoas que estavam na fila informaram que no São Félix Pioneiro – onde o Instituto estará na próxima terça-feira, 8 – as pessoas já estavam marcando lugar para conseguir atendimento.

O Instituto só chega ao São Félix Pioneiro na terça-feira, 8, mas por lá as pessoas já estão “reservando” o lugar – Foto: Evangelista Rocha

Vale ressaltar que o Instituto Miguel Chamon orienta que as pessoas não passem a noite na rua esperando por atendimento. Contudo, pela necessidade e urgência, as filas acabam se formando com muita antecedência.
Empatia, honestidade e compromisso são algumas das marcas que o Instituto Miguel Chamon tem com a comunidade. E assim, segue transformando vidas por onde passa. (Da Redação)