O corpo do ex-governador e ex-senador do Tocantins, José Wilson Siqueira Campos, foi sepultado no final da tarde desta quarta-feira (5) no cemitério Jardim das Acácias, em Palmas. Antes disso, o caixão esteve aberto à despedida da população em geral no Palácio Araguaia, sede do governo, em velório com a presença da família. De lá, houve uma missa de corpo presente e um cortejo pelas ruas da cidade até o cemitério.
Siqueira Campos faleceu na terça-feira (4), aos 94 anos. Ele estava internado desde a última quinta-feira (29) em um hospital particular em Palmas para tratar uma septicemia (quadro infeccioso grave) e uma crise renal aguda.
A notícia do falecimento do político foi confirmada por seu filho, Eduardo Siqueira Campos, via redes sociais. “É com grande pesar que comunico a partida do Sr. Tocantins, o meu velho querido Siqueira Campos. Ele partiu sereno. As palavras estão todas gastas, mas jamais os sentimentos… Vai com Deus meu pai, esse Estado te ama!”, escreveu em um post no Twitter.
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Siqueira nasceu na cidade de Crato, no Ceará. Ele chegou a atuar como seringueiro no Amazonas e após viajar vários Estados em busca de oportunidade, em 1964 se estabeleceu no município de Colinas do Norte, que na época não pertencia ao Estado de Goiás. Lá, iniciou sua carreira política ao exercer o cargo de vereador do município.
José também cumpriu quatro mandatos como deputado federal (pelos partidos Arena, PDS e PDC), tendo assumido pela primeira vez em 1971. Nesse período, lutou pela criação de um novo Estado (Tocantins).
Ao longo dos mandatos como deputado, Siqueira apresentou três projetos para a criação de Tocantins junto de propostas que visavam dividir o território. Quando José Sarney assumiu a presidência, em 1985, ele vetou três projetos que estavam em curso no Congresso Nacional, sendo um de Siqueira.
Diante do veto de Sarney, José iniciou uma greve de fome na Câmara dos Deputados, como forma de protesto. O deputado Totó Cavalcante, que também apoiava a causa, fez o mesmo, mas na frente da Assembleia Legislativa de Goiás.
Transcorridas mais de 98 horas de jejum e após muita insistência na causa, Sarney voltou atrás da decisão e nomeou uma comissão de redivisão territorial para estudar a criação do novo Estado. A proposta foi encaminhada para a Assembleia Nacional Constituinte e contou com uma emenda popular assinada por mais de 100 mil pessoas.
O documento foi encaminhado então, em agosto de 1987, à presidência constituinte. Em 27 de julho do ano seguinte a criação de Tocantins foi aprovada em segundo turno. A oficialização da existência do novo Estado passou a constar na Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988.
Siqueira também exerceu o cargo de governador do Estado de Tocantins por quatro mandatos. Sua última gestão foi de 2011 a 2014, pelo PSDB. (Da Redação)