Buscando dar uma devolutiva para a sociedade, o Laboratório de Contas Regionais da Amazônia (LACAM) apresentou na tarde desta quinta-feira (22), a Tabela de Recursos e Usos (TRU), durante seminário realizado no auditório principal do Campus III da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). O lançamento da tecnologia, que promete influenciar a economia paraense, contou com a presença de representante da Secretaria do Estado da Fazenda (SEFA).
A reportagem do CORREIO esteve na ocasião e conversou com o professor e doutor em Economia, Giliad de Souza Silva, da coordenação do Lacam. Ele explica que a ação possibilita desvendar a estrutura econômica do Estado, mostrando quais são os principais gargalos e potencialidades de investimento do ponto de vista do poder público e particular.
“É a sociedade que, em última instância, financiou essa ação”, afirma, acrescentando que a apresentação da TRU na universidade possibilita um diálogo entre academia e sociedade marabaense, dispondo de visibilidade para que as pessoas conheçam e estejam por dentro do assunto, por meio de uma linguagem acessível.
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O Pará tem como uma das atividades econômicas mais relevantes da região a indústria de extração de minério de ferro. De tudo que é ofertado neste serviço, no que tange à reparação de máquinas e equipamentos, apenas 9% é de oferta doméstica.
Esse é um tipo de serviço que, segundo Giliad, pode ser internalizado e usado como incentivo do poder público e de investimento no setor privado.
PRESENÇAS ILUSTRES
Bruno Cruz, diretor do Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea), voou de Brasília até Marabá para prestigiar o lançamento da tabela. Ele conta que o trabalho que vem sendo realizado é muito importante, já que a partir dele é possível mapear a economia, conseguindo obter informações de transações entre setores. “A gente consegue detalhar a estrutura de consumo de exportações da economia do Pará”, ressalva.
O diretor louva o desenvolvimento feito pela Unifesspa através do Lacam, com a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (FAPESPA). Para ele, o trabalho precisa ser expandido ao nível nacional, tendo em vista que nem mesmo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) conseguiu detalhar a tabela dos recursos ao unificar a metodologia de cálculo do Produto Interno Brasileiro (PIB).
Auditor fiscal de receitas estaduais, Bernardo Mattos representou a SEFA no evento e contou que, como a secretaria tem a missão de promover a gestão fazendária, garantindo que o estado tenha os recursos necessários para promover as políticas públicas, é importante que ela seja feita com justiça fiscal. É aí que entra a tabela, para que essas informações estejam cruas para haver uma real dimensão da capacidade produtiva de cada segmento econômico.
Para Bernardo, a tecnologia desenvolvida pelo LACAM é um benefício, já que com esse tipo de informações e a contribuição da secretaria, mediante um termo de cooperação com a FAPESPA, a TRU terá acesso à base de dados de notas fiscais eletrônicas das transações comerciais realizadas nos 144 municípios do Pará. (Thays Araujo)