Eloá Ribeiro da Silva, de apenas três anos de idade, teve o braço amputado no último dia 12 de junho, no Hospital Municipal de Marabá. Cinco dias depois. a menina foi encaminhada para o Hospital Regional do Sul e Sudeste do Pará. Contudo, chegou sem o prontuário médico, já que, segundo a família, o HMM se recusou a entregá-lo.
Durante entrevista à TV CORREIO, a família da criança disse que ela caiu e quebrou o braço na manhã de sexta-feira, 9, e foi levada à casa de saúde municipal imediatamente para verificar o que de fato tinha acontecido.
“Só que não tinha leito. Ela ficou sexta, sábado e domingo aguardando na sala de espera do hospital. Somente na segunda-feira foi feita a cirurgia”, relata a tia da menina, Luziane da Silva Costa.
Leia mais:Ela afirma que o erro dos médicos foi colocar o gesso, já que ela havia feito a cirurgia e estava com um corte. Para a tia, Eloá não precisava de gesso.
“No dia seguinte, na terça-feira, 13, eles deram alta pra ela e a levamos pra casa. Só que ela já não dormiu mais. Na quarta-feira voltou para o hospital para que olhassem como estava a situação porque a mão dela já estava ficando roxa. Só olharam o gesso e cortaram, dizendo que estava folgado, e mandaram ela de volta pra casa, ao invés de deixá-la em observação”, conta em detalhes a tia.
Luziane conta que Eloá não estava mais dormindo e nem comendo, só sentindo muitas dores e, na quinta-feira, 15, a menina foi levada novamente ao HMM porque a situação já estava crítica. “A mão dela estava necrosada já”, relembra.
A tia afirma que a equipe médica que atendeu a menina simplesmente informou que tinham que amputar o braço dela e não havia mais nada que poderia ser feito.
A família, então, decidiu assinar os papeis na cirurgia, pois era escolher entre o braço ou a vida da menina.
“Eles amputaram o braço e começaram a aparecer umas manchas vermelhas, e eles não sabiam dizer se era alergia ou da infecção no braço. Eloá ficou sexta e sábado e eles continuavam sem descobrir o que eram as manchas. Pedimos pra transferir a menina para o Hospital Regional, mas eles não queriam. Com muita luta conseguimos. Só que eles não quiseram entregar o prontuário. Viemos sem prontuário e os médicos do Regional não sabem o que aconteceu no Municipal”, disse a tia.
Para o pai, Irlandes da Silva Costa, quando a menina fez a cirurgia ele ficou despreocupado, já que ele achava que o problema da filha iria ser resolvido.
“Só que depois que fomos pra casa, ela começou a chorar muito, com dores. Se ela tivesse quebrado o braço e ficado em casa com dor, eu até concordaria. Mas, ela veio por hospital e fez cirurgia, trouxemos de volta porque estava sentindo dor, eles viram e mandaram ela embora pra casa. Quem sou eu para dizer que minha filha tinha que ficar lá? Não entendo disso. Não posso teimar. O que eles falarem, está dito”, lamenta o pai, profundamente.
Questionado sobre o que espera, ele diz que dinheiro nenhum paga o que fizeram com a filha dele. “Quero que eles paguem pelo que fizeram. Quero ver quando o hospital vai falar com a gente, porque até agora não se manifestaram”.
A família informa que Eloá segue internada no Hospital Regional. Ela está na UTI, mas não está usando aparelhos. “O braço dela continua necrosando, e ela segue em observação”, disse o pai.
A Reportagem do CORREIO procurou a Secretaria de Comunicação da Prefeitura, que enviou o seguinte informe:
“A direção do HMM solicita a paciente que procure a unidade para que possa ser aberto um procedimento para apurar o caso de forma mais aprofundada, tendo em vista que a necrose pode ter sido proveniente de outros motivos e isso deve ser investigado do ponto de vista médico. Não há como afirmar tecnicamente que o fato do primeiro procedimento tenha causado a necrose, sem o devido estudo médico sobre o assunto.
O HMM informa que todos os procedimentos como este são apurados com total clareza e transparência para que o paciente e seus familiares sejam bem informados”.
A Secretaria de Saúde já está em investigação interna sobre o caso e, em relação ao prontuário, o mesmo será entregue, conforme solicitação feita pela família aos órgãos externos que estão investigando o caso”. (Com informações de Sarah Maria/TV Correio)