A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS) confirmou nesta terça-feira (13) o desligamento da estudante de medicina Ana Clara Carmo Costa, de 24 anos, do programa de internato da Maternidade Municipal Leila Diniz, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, depois que uma foto da aluna com um cigarro eletrônico na mão viralizou nas redes sociais.
Segundo o comunicado da SMS, Ana Clara estava segurando um cigarro eletrônico dentro do centro obstétrico da unidade hospitalar. A secretaria considera “expressamente proibido o uso de cigarros de qualquer tipo em ambiente hospitalar”.
“A direção da Maternidade Municipal Leila Diniz informa que desligou a universitária do programa de internato da unidade após tomar conhecimento do caso. A direção lamenta a postura da estudante de medicina, flagrada com o dispositivo, mesmo que aparentemente desligado, no centro obstétrico. É expressamente proibido o uso de cigarros de qualquer tipo em ambiente hospitalar”, dizia a nota da SMS.
Leia mais:Na nota, a secretaria também ressaltou que “não havia paciente em trabalho de parto na ocasião”.
Foto com vape
A denúncia contra Ana Clara surgiu no dia 5 de junho, quando a jovem foi fotografada em uma sala do centro obstétrico da Maternidade Leila Diniz. Na imagem, a estudante aparece mexendo em seu celular, com o cigarro eletrônico em uma das mãos.
Além de Ana Clara, uma outra médica também aparece na imagem, aparentemente conversando com outras pessoas. Segundo a estudante, o local é uma área de descanso dos profissionais e estava sendo utilizada para uma aula para os alunos.
No momento da foto, Ana Clara não aparece fumando, mas segundo a denúncia que circulou nas redes, ela estaria sim utilizando o cigarro eletrônico na sala.
Os relatos na internet indicam que Ana Clara estaria fumando durante um parto no mesmo ambiente, informação que foi desmentida pela Secretaria de Saúde do Rio.
Médica que fez a foto pode ser processada
Em contato com o g1, Ana Clara disse que, além do vape estar “desligado”, o local não é de livre circulação de pacientes e nem mesmo exige maiores cuidados com a higienização.
“A foto foi tirada na sala de estar da maternidade, uma sala de descanso dos médicos. Não é uma sala de parto. Tem uma residente sem máscara do meu lado, um outro aluno comendo uma banana na minha frente”, comentou Ana Clara.
A estudante informou que vai processar a médica residente que fez a foto dela com o cigarro eletrônico. Segundo ela, as denúncias são falsas e podem manchar a sua carreira.
“É muito grave isso que essa médica fez. Muito grave. Infelizmente a gente ta numa época de lacração e cancelamento. (…) É lógico que quem vê a foto vai pensar: ‘a menina estava fumando numa sala de parto com uma paciente parindo’. Logico que é um absurdo. Mas não foi isso. Se eu estivesse fumando, coisa que eu não estava, por que ela não tirou uma foto minha fumando? Ela simplesmente queria lacrar”, argumentou.
“A médica que fez a foto está sendo processada por calunia e difamação. Eu não conheço essa menina, nunca tinha visto na minha vida. A motivação dela foi para lacrar, ganhar notoriedade. Ta querendo ganhar visualização”, completou a estudante.
Cigarro eletrônico comum entre médicos
Ana Clara, que deve se formar no ano que vem, fez parte do programa de internato da maternidade Leila Diniz por três semanas. Segundo ela, é comum médicos e alunos da unidade fumarem cigarros eletrônicos em locais fechados da maternidade, como escadas e salas isoladas.
“É normal que médicos e alunos dentro das dependências do hospital fumem. É normal, 95% dos médicos e alunos fumam nas salas de descanso, dependências escondidas e escadas. Isso é comum, não é nada de extraordinário. A coisa mais normal é o médico com o vape na roupa”, comentou Ana Clara.
“Eu espero que a Justiça seja feita e que essa menina arque com as consequências. Não é ético e nem correto o que ela fez”, apontou a estudante.
(Fonte: G1)