Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Corrida (7 de junho), o CORREIO conversou com José Atlas Pinheiro, filho de Marabá, mais conhecido como “Zé Pinheiro”, educador físico de 64 anos. Zé compartilhou sua história com o esporte, destacando o poder de mudança que a prática teve em sua vida.
Ele conta que quando jovem praticava atividade física regularmente, mas com o passar do tempo, o hábito foi se perdendo e Zé chegou a pesar 98 quilos. Após perder dois irmãos vítimas de morte súbita, ambos aos 60 anos, o educador físico resolveu melhorar sua qualidade de vida.
“Minhas taxas, colesterol, triglicerídeos, todas altas. Eu venho de família de diabéticos, que graças a Deus eu não tenho, e comecei a voltar (a praticar atividade física)”, narra Zé. Ele lembra que naquela época, há 6 anos, a academia Gol de Placa tinha um programa de emagrecimento chamado “Menos é mais”, no qual ele ingressou e conseguiu perder 22 quilos.
Leia mais:Foi a partir daí que Pinheiro entrou no mundo das corridas. “O Gilberto, professor do Viva+, sempre me convidava, só que eu não sabia que o grupo era para corrida. Eu fui pensando que era funcional, essas coisas. Quando cheguei lá, todo mundo saiu para correr, eu fiquei olhando, tentei acompanhar e não consegui”, rememora o atleta. Atualmente Zé Pinheiro corre todos os dias, muitas vezes iniciando seu treino às 04h30, com o grupo “Turma da Madrugada”.
Ele afirma que a prática resultou em diversas melhorias em sua vida. “Meus exames hoje em dia estão todos normais”. Zé reflete que ao chegar em uma certa idade, é preciso entender e aceitar algumas verdades sobre o próprio corpo. “Você tem limites e dentro disso, é preciso saber viver. Eu vivo a vida. Algumas coisas são preciso parar porque não se tem mais idade para isso, como a alimentação. É toda uma transformação, um objetivo que você tem, que é saúde e viver mais”.
Renascimento
“Seis anos atrás eu voltei e para mim foi um renascimento. Me sinto outra pessoa hoje em dia”. Os benefícios da prática esportiva vão além do emagrecimento e da boa saúde física. Para o corredor, o esporte oferece muitas coisas boas, como a integração social com pessoas mais jovens. “Os grupos trazem isso e nós temos vários deles na cidade”, complementa. Zé Pinheiro confessa que a interação com outras pessoas, através do esporte, faz com que ele se sinta útil, além de ser motivo de grande felicidade.
Em sua atual rotina com a corrida, ele avalia que acumula por semana entre 50 e 70 quilômetros percorridos. Zé corre com amigos que treinam para participação em maratonas, mas assume que não tem pretensão de correr 42 quilômetros, para ele, 21 já está de bom tamanho.
A prática
Para aqueles que desejam iniciar na prática, o corredor diz que a primeira ação é ir ao médico. “Hoje em dia a gente não sabe o que tem, achamos que não temos problema e quando vai ver, tem alguma coisa que não pode”, aconselha. Após a liberação de um profissional de saúde, o próximo passo é ir para a rua e começar sempre obedecendo os limites do próprio corpo.
Atualmente, em Marabá, diversos grupos de corrida estão em atuação e estão de portas abertas para esportistas de vários níveis, desde o iniciante ao mais experiente. Zé explica que existe uma rede de apoio nos treinos, com acompanhamento de instrutores e carros com distribuição de água. “É uma coisa bem estruturada, a cidade tem isso. São vários grupos e isso está aumentando aqui na cidade e que bom que está acontecendo isso”.
SAIBA MAIS
Criada originalmente nos Estados Unidos, a data tem como objetivo incentivar pessoas de qualquer gênero e faixa etária a se movimentarem. Este dia sempre ocorre de forma anual a cada primeira quarta-feira do mês de junho. (Luciana Araújo)