Na noite de terça-feira (6), funcionários da Fazenda Mutamba foram surpreendidos com uma saraivada de balas. Foram pelo menos 100 tiros. O atentado ocorreu por volta das 19h, no momento em que eles abriram um colchete para verificar uma área onde um trator a serviço da fazenda estava sendo usado. Antes dos tiros, os funcionários viram uma placa com aviso proibindo a entrada deles no local.
Ou seja, invasores tomaram conta de parte da área (chamada Fazenda Balão) e estão mantendo a posse por meio da bala. E este problema não é de hoje. Isso que preocupa os donos do imóvel e também os trabalhadores, que estão correndo risco de vida. Inclusive um Boletim de Ocorrência Policial foi registrado sobre o atentado.
Desde 2013 que a fazenda, localizada na zona rural de Marabá, vem sendo alvo de invasões. Acusados já foram presos e soltos; a sede já foi depredada, gado já foi roubado e a área de preservação ambiental tem sido mutilada ano após anos, enquanto os proprietários têm procurado os meios legais para tentar tocar seus negócios em paz, mas não está sendo fácil.
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Nesta quarta-feira (7), ao diligenciar na área onde foram feitos os disparos, funcionários da fazenda, acompanhados de policiais, encontraram cartuchos pelo chão e o trator da fazenda rabiscado com mensagem de que aquela área estaria invadida. Até uma ponte foi queimada para dificultar o acesso à área invadida, segundo informou o advogado da fazenda, Marcones José Santos da Silva.
Ainda de acordo com ele, ficou constatado que existe uma intensa atividade criminosa contra o meio ambiente, pela exploração de madeira nativa por invasores que escoam a madeira ilegalmente através das vilas Consulta e Ponta de Pedras.
O fato já foi comunicado à Delegacia de Conflitos Agrários (DECA), Comando da Polícia Militar, Vara Agrária e ao Ibama. Além disso, mais recentemente, no dia 8 de maio, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) também foi acionada.
“Esta ação criminosa viola todo o compromisso mundial de preservação ambiental e contraria o compromisso do Brasil com a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30)”, observa o advogado Marcones Santos.
(Chagas Filho)