A Polícia Federal prendeu duas pessoas e cumpriu 22 mandados de busca e apreensão em quatro operações simultâneas, nesta terça-feira (6), para desmobilização de garimpos ilegais de ouro e cobre em Canaã dos Carajás, Curionópolis e Parauapebas. A ação contou com apoio do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), do Ibama e do ICMBio.
Um dos presos foi autuado em flagrante por posse de uma pistola com munições. Ele foi detido em um galpão de aluguel de máquinas para garimpos, em Curionópolis. O outro foi preso pelo crime de extração ilegal de minério e crime ambiental, em área que faz parte de Parauapebas.
Leia mais:Foram apreendidas 18 escavadeiras, 13 delas inutilizadas no local e cinco deixadas com depositários fiéis, dois caminhões, seis geradores, cinco motores hidráulicos e três dragas. O prejuízo do crime com a perda desses itens é estimado em cerca de R$ 20 milhões. A inutilização de maquinários pesados é feita quando há impossibilidade de remoção da área.
Setenta e cinco agentes de segurança pública se dividiram entre as operações Margens da 275, Garimpo Galeano, Sombra da Tarde e Rio Novo – essa última, trazendo risco às linhas de transmissão da Usina Belo Monte (BMTE). Ela passa por quatro Estados (PA, TO, GO e MG), abastecendo o Sistema Interligado Nacional (SIN), que distribui energia elétrica para todo Brasil. O avanço do garimpo em direção às torres de transmissão traz sério risco de desabastecimento ao país.
Os outros três pontos poluem rios que abastecem a cidade de Parauapebas e região. Conforme atestado por órgãos ambientais, a bacia hidrográfica local já apresenta alto grau de contaminação por conta do uso irregular de mercúrio. O Rio Novo é o mais agredido nos últimos anos, levando poluição ao rio Parauapebas, que fica às margens da Floresta Nacional de Carajás.
São locais com recorrente extração ilegal de minérios, diversos deles com aplicações de sanções pelos órgãos ambientais.
O combate aos garimpos ilegais na região é constantemente combatido pela Polícia Federal. As operações atuais são desdobramentos de outras recentes. Em novembro do ano passado foi deflagrada a operação Curto-circuito, por conta da ameaça ao linhão de Belo Monte. Em fevereiro deste ano, a PF voltou a reprimir o crime, dessa vez em pontos próximos a outro linhão, o Xingu-Rio. Nessa operação, foi feito bloqueio de bens avaliados em R$ 361 milhões.
Se confirmada a hipótese criminal, os responsáveis poderão responder por crimes ambientais, crime de usurpação de recursos da União (extração ilegal de minério), associação criminosa, dentre outros. As investigações seguem em andamento. (Ascom/PF)