Um casal norte-americano dormiu com o filho bebê na cama, mas o resultado foi um desastre: a criança teve 75% de morte de células cerebrais devido à falta de oxigênio. De acordo com a revista Crescer, isso aconteceu porque o neném se enrolou nas cobertas enquanto os pais dormiam.
Filho de Ezell e Breanna Brown, o pequeno Karvion precisou ser socorrido após os pais acordarem com ele “com o rosto azul”. Segundo os médicos, Karvion foi privado de oxigênio por aproximadamente sete minutos e teve quatro convulsões subclínicas apenas na ambulância. Há possibilidade do pequeno ter perdido a visão, além de possivelmente sofrer 75% de morte de células cerebrais devido à falta de oxigênio.
“Quando Karvion me acordou, eu estava muito cansada, então cutuquei meu marido e disse: ‘Você pode alimentá-lo? Só preciso de alguns minutos’. Quando Ezell me acordou mais tarde, ele estava na ponta da cama gritando: ‘Karvion não está respirando’. Os braços e as pernas do meu filho estavam caídos. Eu poderia dizer que ele estava ficando roxo e azul. Logo antes de o paramédico subir as escadas, meu marido soprou na boca e seus olhos começaram a rolar. Ele estava caindo nos braços de Ezell. Dava para ver os lábios dele ficando cada vez mais azuis a cada segundo”, lembrou o casal.
Leia mais:Os pais relataram que o filho ainda “não se mexeu, nem abriu os olhos e não fez nenhum barulho” desde que removeram o tubo de respiração, em 21 de maio. Karvion ainda está no hospital recebendo tratamento para convulsões, e os pais agora estão arrecadando dinheiro para financiar o tratamento.
Breanna afirma que a experiência dolorosa a deixou sobrecarregada de culpa — e agora está aconselhando outros pais a praticarem um sono seguro. “Ezell está se sentindo muito culpado, e eu continuo dizendo a ele para não fazer isso. Nós dois somos igualmente culpados. Eu costumava dormir com Karvion o tempo todo, mas nunca no meio de nós. Mas agora, voltando e olhando para trás, eu não deveria ter feito isso desde o início — nunca deveríamos nos acostumar com isso”, explicou.
“Por mais fofos e fofinhos que pareçam, ame-os o suficiente para colocá-los em suas camas. Se você realmente os ama profundamente, dê-lhes um beijo e um abraço e coloque-os em seus berços, por favor”, pediu.
Cama compartilhada: pode ou não pode?
O assunto é polêmico e divide opiniões de especialistas. A prática da cama compartilhada entre mães e bebês é um hábito condenado pela maior parte das academias de pediatria mundo afora – incluindo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) –, principalmente devido ao risco de morte súbita do recém-nascido.
Um levantamento das universidades inglesas de Bristol e Warnik, com quase 2 mil famílias, concluiu que a cama compartilhada é inapropriada somente em circunstâncias específicas: se os pais consomem álcool, drogas ou fumam, se dormem em um sofá ou se o recém-nascido é prematuro. Na ausência desses fatores, os riscos seriam mínimos.
Em uma atualização publicada no ano passado, a Academia Americana de Pediatria enfatizou a importância de que os pequenos sejam colocados para dormir de costas, com a barriga para cima, e em um berço perto dos pais, e reforça a orientação de não usar a cama compartilhada em nenhuma circunstância. Segundo a entidade, nos Estados Unidos, cerca de 3,5 mil bebês morrem anualmente, devido a questões relacionadas ao sono.
(Fonte: Metrópoles)