Depois de Santarém e Altamira, agora foi a vez de Marabá realizar o Encontro “Violação de Direitos e Letalidade Juvenil”. Esta semana, os participantes puderam discutir o tema no auditório da Promotoria de Justiça de Marabá. O encontro decorre da constatação que o Pará possui um dos piores índices nacionais de assassinatos de adolescentes e jovens adultos do Brasil.
Promovida pelo Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude e (CAOIJ) e Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), a série de encontros, nos polos do interior, aborda também o fato de que as instituições da sociedade já vinham alertando para a falta de dados sobre o tema, que gerava uma “invisibilidade” dos casos.
O objetivo é fazer o levantamento e sistematização de dados sobre o assunto, focando na esfera de investigação policial e também nos processos judiciais. O Encontro “Violação de Direitos e Letalidade Juvenil em Marabá” contou com três palestras, seguidas de debates com os participantes.
Leia mais:Entre os palestrantes, a promotora de Justiça de Marabá, Daniella Maria dos Santos Dias, falou sobre a “Criminalização da pobreza e violência urbana”. Daniella retratou o panorama do crescimento econômico na mesorregião do sudeste do Pará, apontando como as atividades minerárias, agropecuárias e de extração madeireira geram elevados PIBs, sem que haja grande investimento em políticas sociais, de saúde, educação e saneamento.
“Um efeito nefasto desse modelo de crescimento econômico é a diminuição gradativa e profunda da qualidade de vida de milhares de pessoas. O que leva a grandes dificuldades de acesso a emprego formal, de acesso a moradia digna, assim como da manutenção em espaços urbanos de qualidade”, destacou Daniella Dias.
Já a promotora Lígia Valente do Couto de Andrade Ferreira disse que a violência com morte dos adolescentes é maior entre jovens negros, no entanto, de acordo com o Índice de Vulnerabilidade Juvenil de Violência 2017 da Unesco, houve aumento de homicídios quanto ao sexo feminino de cor negra em todo País, exceto no Paraná onde ocorre o inverso.
(MPPA)