O veraneio tem se aproximado com a sensação de deja-vú diante os casos de afogamentos envolvendo, principalmente, crianças. A ingestão de bebidas e o lazer nos rios têm sido uma combinação perigosa e eficaz para ocasionar tragédias em Marabá e região, tendo a isenção do colete salva-vidas como coeficiente substancial nesta soma imprudente.
Um ano após o desaparecimento de Davi Luiz, menino de três anos que caiu nas águas do Rio Tocantins em um fatídico e irresponsável passeio de moto náutica com o pai na madrugada de 15 de maio de 2022, a história se repete. Lucas Gabriel Ribeiro Alves, de apenas seis anos, é vítima de uma imprudência bastante parecida que, inclusive, ocasionou a morte de Marcos Aurelio de Souza, o “Chokito”, no último domingo (28).
Segundo o Instituto Médico Legal (IML) de Marabá, somente em 2022, 14 mortes foram ocasionadas por afogamento na cidade. Neste ano, três já foram registradas.
Leia mais:Mas tais casos parecem não servir de exemplo para que os banhistas tomem cuidado ao entrar nos rios. Além disso, a falta de uma base da Marinha dos Portos, em Marabá, dá à população a falsa impressão de que a água é uma terra sem lei, onde embarcações podem ser pilotadas sem a devida documentação, proteção e sob o uso de álcool.
A memorável campanha da Marinha Brasileira resume bem ao dizer que os carros são como as lanchas, as motos como os jet-skis e os pedestres como os banhistas, pois, da mesma forma que a embriaguez ao volante e a ausência de habilitação é crime se tratando das vias públicas, os condutores de embarcações aquáticas podem ser apresentados à Polícia Civil pelos mesmos motivos enquanto pilotam transportes fluviais.
A explicação é do coronel Felipe Galúcio, comandante do Corpo de Bombeiros em Marabá. De acordo com ele, saber nadar não é suficiente e todo cuidado ainda é pouco. O coronel frisa que o colete salva-vidas é indispensável e a atenção ainda mais: “A família precisa escolher entre beber e levar as crianças para os balneários da região, já que os menores precisam estar sob supervisão o tempo todo, qualquer descuido pode resultar em uma fatalidade”, aconselha.
Vale ressaltar também que o álcool afeta os reflexos e a habilidade de nadar da pessoa e isso pode ser a receita ideal para uma tragédia.
Sobre o caso mais recente, em uma postagem nas redes sociais algumas pessoas têm levantado que o Corpo de Bombeiros não tem feito buscas pela criança desaparecida, no entanto, ao Correio de Carajás, Galúcio afirma o contrário. O que acontece é que não há staff em Marabá para mergulhadores procurarem pelo pequeno Lucas Gabriel nas águas do Rio Tocantins.
MONITORAMENTO
No mês de julho, o 5º Grupamento de Bombeiros Militares (GBM) estará focado na prevenção. De acordo com o comandante, equipes trabalharão nas praias, como nos anos anteriores e os principais pontos operacionais estão em fase de divisão para o serviço diário, incluindo medidas preventivas.
(Thays Araujo)