Correio de Carajás

Pernambuco cria comitê técnico para monitorar casos de ‘superfungo’

Em quatro dias, três casos foram confirmados no estado. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, grupo é formado por órgãos de controle e especialistas.

Candida auris — Foto: Science Photo Library

Depois de confirmar o terceiro caso de paciente com superfungo em menos de uma semana, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que criou um comitê técnico para monitorar as infecções pelo Candida auris.

De acordo com a SES, o comitê é formado por:

⏩ Secretaria Executiva de Atenção à Saúde;

⏩ Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (Cievs);

⏩ Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa);

⏩ Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen);

⏩ Especialistas na área de infectologia.

Ainda segundo a secretaria, o grupo vai acompanhar “a identificação, prevenção e controle” das infecções nos serviços de saúde no estado.

Medidas de prevenção

 

A SES informou também que entre as medidas de prevenção ao superfungo estão:

🧼 Higiene das mãos;

🧤 Uso adequado de materiais de proteção;

🧽 Limpeza do local onde estão os pacientes infectados.

O g1 perguntou à SES qual é o protocolo repassado às unidades de saúde sobre o acompanhamento dos casos, mas, até a publicação da matéria, não obteve resposta.

Três casos em quatro dias

 

O último caso de infecção pelo superfungo Candida auris em Pernambuco foi confirmado na terça (23). Com isso, o estado tem três casos notificados desde a sexta (19) no Grande Recife:

  • Um homem de 48 anos, internado no Hospital Miguel Arraes, em Paulista;
  • Um homem de 77 anos, internado no Hospital Tricentenário, em Olinda;
  • Um homem de 66 anos, internado num hospital particular, no Recife.

 

Na segunda (22), a Apevisa anunciou o fechamento do Hospital Miguel Arraes para novos atendimentos.

Segundo a instituição, o paciente passou por vários ambientes da unidade e, por isso, foi necessário tomar a medida em todo o hospital. No local, somente os casos de urgência estão sendo atendidos.

Ainda segundo a Apevisa, as pessoas que tiveram contato com os pacientes estão passando por testes para saber se também foram infectadas.

Só depois que tiver três amostras com resultados negativos para a Candida auris, realizadas num intervalo de 72 horas, as unidades serão liberadas.

Candida auris recebeu a definição de superfungo por ser resistente a praticamente todos os medicamentos que existem.

Sem uma análise especializada, ele pode ser confundido com vários outros tipos comuns e, por isso, é considerado de difícil diagnóstico.

Primeiros casos em Pernambuco

 

🦠 O primeiro caso de Candida auris em Pernambuco foi confirmado em janeiro de 2022 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

🦠 Sete meses depois, a SES-PE informou que 36 pacientes foram infectados pelo fungo desde então. Os casos foram detectados nos hospitais da Restauração e Miguel Arraes.

🧪 Estudos indicam que até 90% dos pacientes de Candida auris são resistentes a fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas – medicamentos usados no tratamento de infecções por fungos.

🧫 Além disso, o fungo pode causar infecção de corrente sanguínea e ser fatal, principalmente em imunodeprimidos ou com comorbidades.

(Fonte:G1)