A agonia de Clare Nowland, a idosa de 95 anos atingida por uma Taser (arma de choque) disparada pela polícia de Cooma, no estado de Nova Gales do Sul (Austrália), terminou. Andrew Thaler, 50 anos, voluntário da comunidade de Cooma e amigo da família, informou ao Correio que Clare morreu pouco depois das 19h desta quarta-feira (24/5) (6h em Brasília).
A abordagem policial ocorreu na madrugada do dia 17, dentro da Casa de Repouso Yallambe, onde a idosa viveu por cinco anos, em Cooma. Acometida por uma demência desenvolvida nos últimos anos, Clare foi encontrada por funcionários em outro quarto. “Ela não podia caminhar sem a ajuda de um andador ou de bengalas e, supostamente, segurava uma faca”, contou Thaler ao Correio. A equipe do asilo confrontou a idosa e decidiu chamar a polícia, que usou a arma. Clare caiu, sofreu hemorragia cerebral e entrou em coma.
De acordo com Thaler, a polícia de Cooma engajou-se em uma campanha de acobertamento “gigante” ao longo da última semana. “Os policiais não foram honestos conosco e muito evasivos em responder às perguntas dos jornalistas”, admitiu o amigo da família, por meio do WhatsApp. O agente responsável pelo disparo foi formalmente indiciado, apenas uma hora antes da morte da idosa. Ele responderá pelos crimes de agressão comum, lesões corporais graves e agressão corporal grave.
Leia mais:Thaler disse que os australianos esperam mudanças na política das casas de repouso. “Nesses locais, a polícia somente deveria ser envolvida como último recurso. Esperamos um nível de treinamento mais rigoroso no trabalho com pacientes que tenham demência ou outros comprometimentos cognitivos”, afirmou.
Segundo Thaler, Clare será lembrada por suas muitas décadas de trabalho em prol da comunidade de Cooma. “Ela também será lembrada por ser uma força motriz na mudança dos sistemas de cuidados aos idosos. E como a vovó do paraquedismo”, admitiu, ao lembrar que a idosa comemorou o aniversário de 85 anos com um salto.
(Fonte: Correio Braziliense)