O clima é de comemoração entre o Grupo de Apoio aos Pacientes Reumáticos do Sul e Sudeste do Pará (Garpa) e a Associação do Sul e Sudeste Paraense de Fibromialgicos (ASSPAFIBRO). Nesta sexta-feira (28), foram entregues as carteirinhas de acesso prioritário às pessoas com lúpus e fibromialgia. O evento ocorreu no auditório da Câmara Municipal, com o objetivo de dar início ao mês alusivo municipal de conscientização sobre as duas doenças reumatológicas, o Maio Roxo.
A reportagem deste CORREIO esteve presente e conversou com a vereadora Cristina Mutran, apoiadora dos grupos. Segundo ela, o momento é uma conquista da comunidade, já que após a criação das leis municipais 18.114, que estabelece o dia mundial do lúpus, e 17.966, o dia municipal da fibromialgia e das outras providências, a distribuição das carteirinhas é outro grande passo.
A carteirinha tem o objetivo de facilitar a vida dos portadores, já que dá acesso a estacionamento e filas preferenciais. Ambas as doenças provocam fortes dores nas articulações e/ou músculos dos que são acometidos.
Leia mais:“Chegamos a ficar sem um reumatologista por cerca de seis meses, mas com a criação da lei municipal, é obrigatório existir pelo menos um profissional da área para fornecer laudos aos pacientes e prescrever receitas”, diz Cristina, sobre o caminho percorrido pela comunidade, em Marabá.
A ocasião é novidade para o Garpa, já que pela primeira vez, as carteirinhas serão entregues e contemplarão nove portadoras. Lorena Ferraz, presidente do grupo, se disse contente com o evento. Ela explica que, anteriormente, era necessário mostrar um laudo para comprovar a necessidade de receber um atendimento preferencial, agora, com essa conquista, a viabilidade se torna maior.
“Nós sentimos muitas dores e, na maioria das vezes em que tentamos explicar para as pessoas que temos o direito de estacionar em uma vaga preferencial, elas não compreendem, nos olham procurando nossa deficiência física”, conta.
Carolina Tremblay, presidente da ASSPAFIBRO, diz que a felicidade por essa primeira conquista da GARPA é sentida por ela e por seu grupo também. Pela segunda vez, as carteirinhas serão distribuídas para portadoras de fibromialgia, viabilizando a vida dessas pessoas no município.
“A fibromialgia não tem cara, você não vê, só quem é, sente, por isso a importância das carteirinhas na sociedade”, discorre. A ativista, que é fibromiálgica, entende que apesar das vitórias, ainda se tem muito a lutar, já que falta o reconhecimento da causa por parte da população.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o Lúpus ocorre em qualquer pessoa, porém, as mulheres são mais acometidas, principalmente entre 20 e 45 anos. Estima-se que no Brasil existem aproximadamente 65 mil pessoas com lúpus. Já a fibromialgia, são mais de 150 milhões de pessoas que sofrem dessa doença no mundo. Segundo o estudo “A prevalência da fibromialgia no Brasil”, calcula-se que existam quatro milhões de pacientes no país, destes, entre 75% e 90% dos afetados são mulheres. (Thays Araujo e Laura Guido)