Correio de Carajás

Seis das doze vítimas fatais tiveram explosão de crânio

Segundo especialistas, isso significa alta velocidade do veículo e falta do cinto de segurança entre os passageiros. Foi feito pedido de DNA para todos.

No final da tarde desta sexta-feira, 24, 11 dos 12 corpos das vítimas fatais da tragédia que assolou Marabá no início da manhã foram liberados pelo Instituto Médico Legal (IML) de Marabá. Contudo, o que chamou a atenção dos médicos legistas foi a forma como os corpos estavam: a maior parte deles estava com explosão de crânio.

O CORREIO apurou que os cadáveres só começaram a chegar ao IML por volta das 14 horas, quando a perícia da Polícia Civil liberou a área e o delegado autorizou a remoção, que é o procedimento padrão nesse tipo de caso.

Dois médicos legistas trabalharam na identificação dos corpos e, segundo informações, a maioria das vítimas estava com fratura de membros inferiores e no crânio.

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“Corpos deformados é característica de que o veículo estava em alta velocidade e que as vítimas não usavam cinto de segurança. Quando estão usando o cinto, fica a marca no corpo. Eles estavam sem proteção alguma. Todos os passageiros bateram o crânio”, esclarece um especialista ouvido pela reportagem.

Dentre as 12 vítimas fatais que deram entrada no IML estava um bebê de aproximadamente três meses. A criança sofreu afundamento de face e esmagamento da parte posterior do crânio.

Diante dessa peculiaridade de que alguns corpos estavam totalmente deformados, o reconhecimento pela face não foi possível em seis vítimas. Porém, a família sabia quem estava no micro-ônibus e as pessoas foram reconhecidas por outras características e não pela face.

“Em todos foram feitos exames de DNA, por ser um procedimento padrão. Mas, como a família fez o reconhecimento do corpo, todos foram liberados”, afirma uma fonte do Instituto Médico Legal.

Também chamou atenção o fato de que alguns dos corpos estavam sem partes do corpo, como o caso do motorista da carreta, que teve um dos pés decepado. Mas o membro foi recolhido ainda no local e também encaminhado ao IML. Além disso, entre os adultos, pelo menos seis estavam sem a massa encefálica.

Para garantir um trabalho com segurança, a equipe do IML, cujo efetivo foi praticamente todo mobilizado, se dividiu em equipes, uns recebiam documentos e cadastravam o corpo, dando número para cada cadáver. Uma mobilização necessária devido à grande quantidade de corpos.

(Ana Mangas e Chagas Filho)