Correio de Carajás

Programa Recomeçar irá pagar um salário mínimo para as famílias que estão em abrigos

Em torno de 2,5 mil cestas básicas devem chegar ao município até a próxima semana para serem distribuídas aos flagelados

Os cadastros das famílias flageladas estão sendo realizados no 5º GBM, bem como o transporte delas dos abrigos até o local/ Fotos: Jeferson Pinheiro

Uma força-tarefa, mobilizada pelo governo do Estado do Pará, está atendendo aos marabaense afetados pelas enchentes dos rios Tocantins e Itacaiunas. Na tarde desta quinta-feira (23), o Correio de Carajás esteve no quartel do 5º Grupamento de Bombeiro Militar (5º GBM) para saber mais informações sobre os atendimentos.

Arthur Vieira, coronel do Corpo de Bombeiros e coordenador-adjunto da Defesa Civil do Estado do Pará, falou sobre as ações que estão sendo realizadas. Uma delas é o Programa Recomeçar, pelo qual é realizado um pagamento de auxílio emergencial para as famílias atingidas. A outra é a emissão de documentos para aqueles os extraviaram.

Para as famílias que estão em abrigos, o Programa Recomeçar irá distribuir um recurso financeiro no valor de um salário mínimo, atualmente no valor de R$ 1.302. Ou seja, a verba é destinada para aquelas famílias que ficaram desabrigadas pela enchente e tiveram de abandonar suas casas, ocupando os barracões da prefeitura. Passado esse primeiro momento, a ação irá atender os desabrigados que foram acolhidos em casas de amigos ou parentes.

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O cadastramento é feito no quartel do 5º GBM, no Núcleo Cidade Nova, e o transporte dos beneficiários até lá será feito pelo CB. Para a realização da inscrição, o marabaense precisa apresentar RG, CPF, comprovante de residência e CadÚnico. Vale frisar que será destinado somente um salário mínimo por família cadastrada. Não haverá renovação e não será possível que mais de uma pessoa do mesmo núcleo familiar seja contemplada.

“Nós vamos com o ônibus até os abrigos, fazemos o deslocamento da população até o quartel dos bombeiros, aqui é feito o cadastro e depois retornamos com a família para o abrigo”, explica Lira.

Para aquelas famílias que não possuem os documentos solicitados, a alternativa é emiti-los no posto móvel que foi disponibilizado pelo governo do Estado e onde é realizada a emissão de RG, além de diversos tipos de certidões. O coordenador detalha que a princípio o posto ficaria estacionado na Marabá Pioneira, mas devido à logística, foi transferido para o quartel do Corpo de Bombeiros.

No cronograma do Programa Recomeçar, o atendimento será iniciado pelos abrigos da Marabá Pioneira e segue para os demais espalhados pela cidade, como forma de manter o processo organizado e tranquilo, frisa Lira.

PREVISÕES

Conforme o comandante, no ano passado foi atendido em torno de 6,5 mil famílias. “A princípio, nós estamos com esse número (para o atendimento atual), mas vai depender muito da questão de onde o rio vai atingir as famílias afetadas. Não temos um número fechado, vai depender muito da movimentação, do ritmo de enchente dos rios Tocantins e Itacaiunas”, detalha o coronel.

Ele destaca que a enchente de 2022 foi atípica para o município, tendo iniciado ainda em dezembro de 2021. Lira explica que todas as 6,5 mil famílias receberam o auxílio do Programa Recomeçar no ano passado (2022), tanto aquelas que ficaram em abrigos, quanto as que ficaram em casas de parentes.

Já o cenário atual é diferente, pois a cheia teve início apenas no mês de março. “Pela nossa previsão, a gente acredita que não vá atingir tantas famílias como o ano passado”, compartilha, ressalvando que os postos de atendimento são fixos e não têm hora e nem dia para serem desmobilizados, pois irão atender a todos aqueles que precisarem.

Além do recurso financeiro, os flagelados também irão receber alimentos. “As cestas básicas já chegaram, já foram distribuídas para a Defesa Civil do município, para já começar a ser entregue”, complementa, informando que na próxima semana o município irá receber mais apoio humanitário com cestas básicas, kits de higiene e colchões da Defesa Civil estadual.  (Luciana Araújo, com informações de Ana Mangas)