O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou, na quinta-feira (23), a retomada da exportação de carne do Brasil para a China, seu principal exportador, após o Ministério ter suspendido de acordo com o protocolo sanitário estabelecido entre os dois países. O anúncio ocorreu em menos de um mês após a identificação do caso isolado e atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida popularmente como o “mal da vaca louca”.
O trabalho ágil feito de defesa sanitária realizado pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) foi decisivo para a retomada. “A forma diligente na condução do atendimento às diretrizes sanitárias pelo Governo do Pará, por meio da Adepará, foi decisiva para que os efeitos e o tempo dos embargos fossem o menor possível, demonstrando a qualidade do serviço de defesa sanitário no Estado do Pará”, ressaltou o diretor geral da Adepará Jamir Macedo.
Desde a suspeita até a confirmação do caso, que ocorreu em uma fazenda no município de Marabá, sudeste do Pará, a Agência de Defesa adotou todas as providências cabíveis, com pronto atendimento e investigação epidemiológica com rastreabilidade de rebanhos conforme a legislação vigente. O material coletado foi encaminhado ao Centro Nacional para Doenças de Animais da Agência Canadense de Inspeção de Alimentos (National Centre for Animal Disease / Canadian Food Inspection Agency – NCAD/CFIA), laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), localizado em Alberta, Canadá, para realização de testes para tipificação da EEB, a fim de determinar se a forma da doença é a clássica ou a atípica, o que foi identificado como isolado e atípico tipo H, e não representa riscos para a saúde pública e nem para os outros animais.
Leia mais:Todo esse trabalho rápido de investigação comprova que a Adepará possui profissionais qualificados para realizar um serviço veterinário de excelência. “O corpo profissional da Adepará está capacitado, equipado e comprometido em prestar um serviço de excelência em nosso Estado, fato demonstrado pelo curto prazo entre atendimento, realização de exames e conclusão diagnóstica e investigativa, possibilitando célere resposta à sociedade e mercados importadores de nosso agroproduto”, destacou Graziela Oliveira, gerente de defesa animal da Agência.
Durante o anúncio da retomada das exportações, o ministro da agricultura e pecuária Carlos Fávaro, agradeceu todo o esforço feito pela vigilância sanitária do Pará. “Gostaria de agradecer ao governador Helder Barbalho, do Pará, e toda sua equipe que detectou e nos ajudou de forma tão relevante”.
O Ministério da Agricultura, após a suspeita da doença e seguindo o protocolo sanitário oficial, determinou a suspensão temporária da exportação de carne para a China, onde o comércio da carne bovina brasileira é o principal mercado.
Vigilância Sanitária
Investigações de casos suspeitos de síndromes neurológicas em herbívoros são atividades de rotina do serviço veterinário oficial da Adepará, que realiza vigilância das encefalopatias espongiformes transmissíveis, atuando diretamente na fiscalização da alimentação ofertada aos bovinos. Em 2022, realizou 184 fiscalizações em propriedades, com exames resultando em negativos para EEB.
Crescimento da pecuária paraense
O Pará possui o segundo maior rebanho bovino do País, com 26.754.388 animais, o que representa um crescimento superior a 6.062.288 bovídeos em um período de quatro anos. Os dados são da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) e têm relação com a adoção de práticas sustentáveis, o uso da tecnologia e a união de esforços entre o setor produtivo e o governo do Pará.
A eficiência da pecuária paraense está em um expressivo crescimento na produção sem expandir a área ocupada, preservando áreas ainda intocadas. O segmento cresce e ocupa uma área de 193.697 quilômetros quadrados (km2), o que corresponde a 15,55% do território paraense, que tem 1.245.870,798 Km 2.
No ranking de rebanho de búfalos, o Pará permanece na liderança, com 750.301 animais. O principal centro de produção bubalina é o Arquipélago do Marajó. O Pará registra um crescimento superior a 30% do rebanho, em comparação a 2019, quando totalizava 20.692.100 animais.
O crescimento é resultado de aporte tecnológico e ações de sustentabilidade, o que pode ser observado na tecnificação da criação de animais, que inclui rotatividade e adubação do pasto, que permite melhor aproveitamento da área e maior lotação de animais; controle sanitário e melhoria genética dos animais, permitindo o abate a partir dos 18 meses, o que antes exigia 60 meses.
Com a agropecuária sendo a segunda pauta do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, o trabalho da Agência de Defesa é essencial para manter o desenvolvimento econômico. Hoje, dos 144 municípios, 52 são dependentes do agronegócio. Assim, as políticas formuladas pela Agência abrangem o pequeno, o médio e o grande produtor rural, e visam atender ao mercado interno e também fazer com que os produtos agropecuários tenham competitividade em preço e qualidade nos mercados nacionais e internacionais.
(Agência Pará)