Golpes contra clientes de bancos cresceram 165% no início de 2021, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Já em 2022, uma pesquisa da Serasa Experian revelou que um brasileiro é alvo de golpes a cada 9 segundos, sendo os bancos e cartões os segmentos mais impactados.
Os golpes que mais aumentaram foram os chamados de “engenharia social”, em que a vítima é levada a fazer ações em benefício dos criminosos.
Diante de diversos golpes – veja abaixo – foi lançada a campanha “Cuidado! É golpe”, resultado da parceria entre Defensoria Pública do Estado do Pará, Procon, Ministério Público do Estado do Pará, Polícia Civil e Faculdade Integrada da Amazônia (Finama).
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“A campanha tem como finalidade trabalhar a informação ao consumidor, sobretudo idosos e pensionistas do INSS, principais vítimas deste tipo de fraude. A informação adequada pode prevenir novas vítimas. A informação é um dos pilares da defesa do consumidor, e deve ser trabalhada constantemente”, enfatiza o defensor público Cássio Bitar.
Veja alguns dos mais comuns:
- Golpe da prova de vida: a pessoa recebe uma ligação de alguém que se apresenta como funcionário do INSS e a orienta a baixar um aplicativo para realizar a ação. A partir daí, ela acaba contraindo um empréstimo cujo valor vai para a conta do estelionatário.
- Golpe do falso motoboy: os criminosos entram em contato com a vítima e alertam sobre supostas transações irregulares. Em seguida, afirmam que um motoboy irá até a residência da pessoa recolher o cartão que estaria “clonado”. A pessoa é orientada a cortar o cartão ao meio, o que dá mais veracidade à ação. Porém, o chip não é cortado, o que permite aos estelionatários fazerem uso do cartão.
- Golpe do consórcio: a pessoa vê uma oferta de produto ou serviço com preço abaixo da média e decide entrar em contato com o anunciante. Buscando garantir a suposta oportunidade, a vítima faz um pagamento como “sinal”, mas depois descobre que havia feito um consórcio e seguiu pagando por aquela contratação indevida.
- Golpe da portabilidade: o criminoso finge ser gerente do banco da vítima e liga para ela. A seguir, oferece portabilidade de empréstimo já existente, diminuindo a parcela do novo contrato. Para isso, pede a transferência do valor devido para quitar o anterior. Ele recebe o dinheiro e some.
- Phishing: é quando um fraudador envia um e-mail ou mensagem falsa, que parece ser legítima, pedindo que o destinatário clique em um link ou forneça informações pessoais, como senhas, dados de cartão de crédito ou informações bancárias.
- Skimming: é quando um dispositivo é instalado em um terminal de pagamento eletrônico, como um caixa eletrônico, para copiar as informações do cartão de crédito ou débito do usuário sem o seu conhecimento.
- Golpe do boleto falso: é quando um fraudador cria um boleto falso com dados de uma empresa legítima, mas com uma conta bancária diferente, para que o pagamento seja feito na conta do golpista.
Como evitar
Sempre que forem solicitadas informações pessoais, é importante ficar atento.Verifique sempre as informações do remetente e destinatário de e-mails e mensagens, utilize senhas seguras, verifique extratos bancários regularmente e desconfie de ofertas que parecem boas demais.
De acordo com Cássio Bitar, a Defensoria tem atuado contra esse tipo de golpe de maneira individual e coletiva.
“Diariamente são dezenas de atendimentos que, quando não resolvidos extrajudicialmente são levados até a justiça. Além disso já foram propostas diversas ações coletivas contra bancos e empresas de consórcio que permitem vazamento de dados e possibilitam as ações criminosas”, explica.
Veja medidas para se proteger contra golpes:
- Mantenha seus dados pessoais seguros: nunca compartilhe informações pessoais como senhas, números de conta bancária, ou códigos de segurança com ninguém. Os bancos nunca pedem essas informações por telefone ou e-mail.
- Fique atento aos e-mails e mensagens suspeitas: não clique em links ou baixe anexos de e-mails suspeitos que pareçam ter sido enviados por seu banco. Verifique o endereço de e-mail do remetente e confirme se é o endereço oficial do seu banco.
- Use senhas fortes: evite senhas óbvias, como datas de nascimento ou sequências simples de números.
- Mantenha seu computador e dispositivos móveis atualizados: é importante manter seu software antivírus, sistema operacional e aplicativos atualizados para garantir que você esteja protegido contra possíveis vulnerabilidades.
- Confirme a identidade do remetente: antes de fornecer informações pessoais ou fazer transações financeiras, verifique se o remetente é de fato seu banco ou instituição financeira. Ligue para o número oficial de atendimento ao cliente do seu banco e confirme a transação.
- Verifique suas contas regularmente: monitore suas contas bancárias regularmente para identificar atividades suspeitas. Informe imediatamente seu banco se notar qualquer transação não autorizada.
É possível agendar um atendimento no Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública do Estado (DPE-PA) através do “Conexão Defensoria” ou ligar para 91-3201-2727.
(Fonte:G1)