Nesta terça-feira de Carnaval, 21, os marabaenses atendidos pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) lotam os chafarizes públicos espalhados pelos núcleos Nova Marabá e Cidade Nova, como uma alternativa à falta de abastecimento. Sem água nas torneiras desde domingo, 19, a população busca alternativas para lidar, minimamente, com o problema. De acordo com a companhia, não há previsão de normalização.
A Reportagem do CORREIO visitou alguns chafarizes durante a manhã e registrou imagens que transparecem o caos instaurado nos núcleos atingidos pelo problema. Homens, mulheres e crianças, com seus baldes e galões, enfrentam o sol quente na tentativa de captar alguns litros de água, que provavelmente será utilizada para duas necessidades básicas: beber e cozinhar.
Motos, bicicletas, automóveis e até uma mochila escolar de rodinhas são usados para transportar os utensílios cheios de água. Na ausência desses meios de transporte, alguns marabaenses carregam o fardo nas costas.
Leia mais:Mas não é só nas ruas que o sofrimento dos consumidores está escancarado. Nas redes sociais a insatisfação é grande. Usuários desgostosos fazem comentários direcionados à Cosanpa, cheios de revolta e indignação.
“Essa Cosanpa deveria ter um plano de emergência ou fazer manutenções preventivas há tempo. Enquanto não houver pressão popular para o poder público mudar a situação, episódios como esse de falta d’água serão recorrentes”, comenta no Facebook o usuário Victor Rodrigo. Fazendo coro a ele, Ernande Teixeira diz que é preciso privatizar a Cosanpa e alega que a população marabaense vem sofrendo há muito tempo com problemas de falta de água.
No Twitter, alguns usuários além de verbalizarem a revolta com a Companhia, chegaram a marcar o governador Helder Barbalho em seus comentários.
“O fornecimento de água é um serviço essencial e vital à natureza humana, o qual é protegido pelo Código de Defesa do Consumidor. Fornecimento de água é considerado essencial, devendo, portanto, ser prestado de forma contínua, sem interrupções. Atenção @helderbarbalho”, expressa Cristian Faustino.
“Isso só acontece porque a @cosanpaoficial nunca é penalizada de alguma forma, isso já aconteceu outras vezes, e quem é penalizado é apenas quem depende da água. Governo @helderbarbalho poderia fazer alguma coisa, para que eles dessem um parecer de forma mais concreta (sic)”, diz o usuário identificado como AdêsZão do Pará.
Nas postagem do CORREIO em sua página do Instagram, entre as reclamações, moradores falam que quando o boleto chega, nenhum desconto é concedido pelos dias em que não houve abastecimento. “No fim do mês a conta de água vem sem nenhum desconto”, diz Danilo Barbosa.
“Quero saber que dia a máquina de emitir o talão vai dar defeito também. Essa nunca falha”, comenta Bruno Phelipe.
Outros demonstram insatisfação com o poder público: “O engraçado não é nem a conta vir cara, por quê que não troca esse transformador por um novo? Será que o estado não tem condições de fazer isso? Incrível que a prefeitura de Marabá acaba de gastar R$ 134 mil em uma praça, em localidade sem futuro algum, que fica na Folha 17. Será que o governo junto com a prefeitura não conseguiria um novo? Helder e Tião Miranda arrasando como sempre”, desabafa Abimael Maia da Silva.
“Engraçado que com tanta arrecadação a empresa não tem um transformador reserva”, questiona Rogério Tavares.
“O cúmulo do absurdo ter só um transformador, sendo que já aconteceu isso na cidade. Tem que trabalhar com a prevenção”, aponta Isleide Leite.
CHAFARIZES DANIFICADOS
Ainda que dezenas ou mesmo centenas de chafarizes públicos estejam espalhados pela cidade, há relatos de que alguns deles não estão em pleno funcionamento.
Sobre isso, a Reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Marabá e foi informada que equipes estão nas ruas para verificar os pontos que estão danificados. Ainda de acordo com a Ascom, embora alguns estejam quebrados, os bairros possuem outros que permanecem operantes. Também ressaltou que estão em funcionamento os chafarizes localizados nas Unidades Básicas de Saúde do Bairro da Paz, Laranjeiras, Jaime Pinto, e em todas as escolas da rede municipal.
As avarias foram causadas, conforme a Ascom, por roubo de torneiras, bombas e até do cabeamento desse equipamento. (Luciana Araújo)