Correio de Carajás

Revitalizada, Escola Martinho Motta está com vagas em todas as turmas

Alunos na Escola Martinho Motta, já reformada, no 1º dia de aula nesta segunda-feira, dia 23 de janeiro/Fotos: Ulisses Pompeu

A tradicional Escola de Ensino Fundamental Martinho Motta da Silveira, localizada na Folha 27, na Nova Marabá, foi totalmente revitalizada recentemente. Com salas de aulas, laboratório de informática, sala de leitura e ginásio esportivo, o local se transformou em um ambiente muito mais aconchegante e bonito para os alunos. Com vagas em todas as turmas, do 6º ao 9º ano, e nas turmas da EJA (Educação de Jovens e Adultos), a direção da escola convida a comunidade para conhecer e participar da escola.

Além das transformações físicas, a Martinho Motta passou, nos últimos anos, por mudanças relacionadas à gestão. Desde 2018 à frente da direção da escola, a pedagoga Cristina Arcanjo conta que o ambiente escolar mudou completamente nesses cinco anos.

“Tínhamos um alto índice de distorção idade/série, que acaba gerando um clima escolar bem desfavorável. Além disso, havia muita confusão entre os estudantes. Sofríamos ameaças externas, tinha muito assalto do lado de fora da escola e o espaço por si não era atrativo porque estava há muito tempo sem reforma”, recorda a diretora.

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Cristina conta que a escola passou por um processo de intervenção, primeiro em relação ao fortalecimento interno, depois com a retomada de projetos e atividades escolares que foram fundamentais para alavancar a qualidade do ensino e o bom relacionamento entre alunos e também com a equipe pedagógica.

Para ela, chamar os pais a se fazerem mais presentes na escola foi fundamental. “Em um determinado momento houve esse afastamento, as reuniões de pais eram quase inexistentes. Havia, do 6º ao 9º ano uma visão deturpada de que o pai não tem mais que estar presente, que o aluno já se autogerencia. E isso não é bom. A vinda dos pais para a escola reestabeleceu os laços, tanto na responsabilidade que a família tem que ter para com o filho, quanto em relação ao aluno entender a autoridade a nível de escola e familiar sobre ele”, explica.

Outro ponto trabalhado na escola foi a distorção idade-série. Cristina conta que havia muitos alunos de 16, 17 anos, convivendo em sala de aulas com outros bem mais novos. Uma das providências foi incentivar para que os alunos que estavam “atrasados” migrassem para um ensino personalizado, dentro da EJA.

Com isso, eles se reintegravam na mesma faixa etária no ensino médio ou no ensino superior. O estudante que reprovava um, dois anos ou mais, ia ficando pra traz, acabava não se encaixando mais dentro do universo das crianças. “Ele ficava desmotivado. Os interesses se chocavam. Então, quando passou pelo processo de aceleramento, voltaram a ter perspectivas de futuro”.

Cristina relembra, e até se emociona, com o fato de alunos, anos atrás, não terem nenhuma perspectiva, nenhum sonho. “Quando a gente ia conversar com um aluno indisciplinado e questionava sobre seus objetivos, eles diziam que não sabiam o que queriam da vida. Isso chocava. Eles diziam ‘não me importo’, ‘eu não tenho sonho’ ou ‘não sei nem por que eu tô aqui professora’. Isso é muito chocante”, recorda, com lágrimas nos olhos.

“Pedagogicamente, os professores desenvolviam um trabalho de excelência, assim como todas as escolas da rede. Professores com longos anos de experiência. Porém, esse trabalho não aparecia, ficava ofuscado pelo prédio inadequado e pelo clima escolar que existia”.

Mas as mudanças implementadas resgataram os trabalhos escolares como exposição de projetos científicos, jogos estudantis e excursões. Em 2019, a Escola Martinho Motta foi vencedora do Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora, com o projeto “Escola Protagonista e Sustentável”, com um relato sobre o Plano de Ação Estratégica da instituição, que é uma das pioneiras no Núcleo Nova Marabá.

Denóbia Chaves, coordenadora pedagógica, ao lado da diretora Cristina Arcanjo

“Estamos com uma expectativa muito grande para 2023. Nosso espaço está completamente novo. E a boa notícia é que temos vagas para todas as turmas, inclusive na educação de jovens e adultos”, convida a diretora.

Além de Cristiana Arcanjo, a escola conta também com Denóbia Chaves de Oliveira como coordenadora pedagógica, e Maria Ferreira de Carvalho como orientadora educacional. (Ulisses Pompeu e Ana Mangas)