Correio de Carajás

Dono do laboratório de maconha mantinha filhos em condição subumana

"Alê" poderá responder por abandono de incapaz e ameaça, além do tráfico

Preso esta semana após ser flagrado com um requintado laboratório para produção de maconha, o indivíduo Alexsandro Pinheiro Seguins de Pinho, o “Alê”, pode responder por crimes ainda piores. É que a polícia achou em um dos cômodos da mesma casa onde funcionava o laboratório, dois filhos pequenos e autistas em situação degradante. Além disso, a mãe das crianças, companheira do acusado, alegou estar sendo mantida em cárcere privado e sob ameaça de morte.

A informação foi repassada pelo sargento Lobo, da Polícia Militar, que comandou a guarnição responsável pela prisão do acusado, na madrugada do dia 11, no Bairro Rio Verde, cidade de Parauapebas.

“Os filhos do acusado, que são duas crianças gêmeas e autistas eram mantidos em condições subumanas num quartinho escuro, sem ventilação, sem acomodação adequada, sujo, úmido; as crianças estavam sofrendo maus tratos lá, na verdade”, relatou o policial militar, ao acrescentar que, em quanto isso, no outro cômodo, para as drogas, havia “ar-condicionado, iluminação artificial, ventilação especial, tudo isso pra produção de maconha”.

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Perguntado sobre a situação da companheira do acusado, o sargento Lobo explicou que ela até colaborou com o trabalho policial. “Ela era mantida sob coação. Ele ameaçava que se ela o deixasse ou denunciasse a atividade ilícita dele, ela seria morta pelo acusado. Esse foi um dos fatores que nos levou até a residência”, revela o policial.

O laboratório

O laboratório mantido por “Alê”, a despeito da falta de zelo que tinha pelos filhos, era constituído de equipamentos avançados como refletores de raio solar, sistema hidráulico de irrigação, sistema de iluminação artificial com lâmpadas halógenas, sistema elétrico de ventilação, sistema elétrico com forças auxiliares de 600w, além de substâncias para enriquecimento de plantas.

Ainda no laboratório, foram encontrados 59 vasos onde foram plantadas sementes de cannabis sativa, sendo que 33 deles haviam germinado e o restante estava a germinar. Segundo a PM, no momento da abordagem, o suspeito confessou que esperava auferir, ao fim do mês, um lucro de R$ 80 mil com a comercialização das mudas. (Chagas Filho)