O apresentador Luciano Huck pediu desculpas ao vivo durante a exibição do programa Domingão deste domingo, 11, na TV Globo. Huck e sua produção foram alvo de críticas ao longo da semana após uma pergunta do quadro “Quem quer ser um milionário?” do último domingo, 4, em que ele questionava ao participante do quiz qual teria sido a frase dita pelo norte-americano George Floyd antes de ser assassinado, em 2020.
“Qual dessas frases foi dita por George Floyd antes de ser assassinado em 2020 e virou grito de protesto contra o racismo?”, perguntou o apresentador. A abordagem ao episódio violento em que um homem negro foi sufocado por um policial fez com que a menção repercutisse negativamente.
Internautas apontaram que o programa usou a dor de uma pessoa negra como entretenimento. “Utilizar o racismo e a morte de um homem negro que foi violentado daquela maneira covarde para gerar entretenimento não teve graça nenhuma. Talvez seja o momento de rever que tipo de profissionais estão compondo sua equipe”, escreveu a advogada criminalista Fayda Belo no Twitter.
Questionado pelo professor, advogado e jornalista Thiago Amparo, Luciano Huck reconheceu o erro e pediu desculpas pelo Twitter.
Leia mais:Durante o programa deste domingo, o apresentador fez novamente a mea-culpa: “No último domingo, por um enorme vacilo nosso aqui, uma pergunta absolutamente inadequada foi ao ar no ‘Quem quer ser um milionário?’, uma pergunta que, de certa forma, banalizava a violência sofrida por George Floyd quando foi assassinado pela polícia dos Estados Unidos”, iniciou.
“Foi um erro grave nosso, eu não tive presença de espírito na hora de sacar o quanto aquela pergunta era inapropriada e não precisava estar ali, então, em meu nome e em nome da nossa equipe do ‘Domingão’ eu peço desculpas, acho que nosso letramento antirracista é uma construção constante e ininterrupta. Então, além do pedido de desculpas, fica aqui nosso aprendizado”, concluiu.
Caso George Floyd
O ex-policial norte-americano Derek Chauvin declarou-se culpado das acusações de violação dos direitos civis de George Floyd durante o assassinato do homem negro em 2020. Chauvin, um homem branco de 45 anos, foi condenado por uma corte estadual a 22,5 anos de prisão pelo assassinato de Floyd em 2020. O então policial se ajoelhou sobre o pescoço de Floyd durante quase nove minutos.
O vídeo que mostrou Chauvin se ajoelhando sobre o pescoço da vítima algemada enquanto Floyd dizia que não conseguia respirar causou revolta global e desencadeou um dos maiores movimentos de protesto dos Estados Unidos em décadas, o Black Lives Matter (Vidas Negras Importam).
Chauvin e outros três policiais, Thomas Lane, J. Alexander Kueng e Tou Thao, estavam prendendo Floyd pela suspeita de uso de uma nota falsa de 20 dólares.
(Fonte: O POVO)