Cientistas desenterraram no estado de Queensland, na Austrália, o fóssil completo de um antigo réptil marinho que tinha nadadeiras como uma tartaruga e pescoço longo como uma girafa. Segundo a emissora australiana ABC News, trata-se da rara descoberta de ossos de um dinossauro marinho do tipo plesiossauro. Ele estava perto da cidade de McKinlay, em pleno “outback” (interior desértico) australiano, e foi detectado após o proprietário de uma fazenda enviar imagens do terreno aos pesquisadores.
É a primeira vez que se encontra o fóssil completo de um elasmossauro na Austrália. O curador sênior de paleontologia do Museu de Queensland, Espen Knutsen, citado pela emissora, diz que estava há anos em busca desse fóssil.
“Eles são muito difíceis de encontrar, globalmente falando, não apenas em Queensland. Muito, muito raramente você encontrará o corpo e a cabeça juntos. Como a cabeça fica muito longe do corpo, no final do pescoço, essa é uma das primeiras coisas que se desarticula do resto do esqueleto”, explica o especialista.
Leia mais:Segundo Knutsen, o eslamossauro deve ter cerca de 100 milhões de anos e ajuda a compreender a evolução e a diversidade das espécies de dinossauros.
“Você pode passar anos no campo e não necessariamente encontrar o que precisa para desvendar as respostas para as perguntas que se tem… Mas parece que seremos capazes de traçar algumas linhas sob algumas dessas incógnitas”, comenta o curador, citado pela ABC News.
Quem também participou da descoberta é a assistente de pesquisa paleontológica do Museu de Queensland, Christina Chiotakis. Ela é uma das quatro pessoas que demoraram cinco dias para escavar o local em outubro deste ano.
“Foi absolutamente fenomenal… Se você os vê, não percebe o quão grande os plesiossauros podem ser”, diz a cientista.
Medindo cerca de seis metros de comprimento, os especialistas acreditam que o exemplar recém-descoberto é mais jovem do que os fósseis de plesiossauros mantidos na coleção do museu australiano.
Chiotakis diz que esses dinossauros marinhos tinham nadadeiras como as das tartarugas e pescoços longos como as das girafas, mas com caudas minúsculas em comparação aos corpos enormes.
“É estranho pensar que estamos encontrando répteis marinhos, tartarugas e peixes no que agora é essencialmente um deserto no interior de Queensland, mas no período Cretáceo [entre 145 e 66 milhões de anos atrás] era um mar interior”, diz a pesquisadora, citada pela ABC News.
A equipe embalou cada osso em plástico bolha, gesso e papel higiênico úmido – para reter a umidade – e, em seguida, o fóssil foi levado para o Museu de Queensland em Townsville, para análise posterior.
(Fonte: Metrópoles)