A chuva que atingiu Marabá desde a noite de quinta-feira, 1º, provocou diversos pontos de alagamentos na cidade. Nem mesmo a sede da Prefeitura de Marabá escapou de ser sitiada pela água da chuva que se acumulou.
Em outro ponto da cidade, diferentemente da Prefeitura, que nunca havia sofrido com alagamento, os moradores da Folha 14, na Nova Marabá, sabem bem como é ficar “ilhados”.
Basta cair uma chuva que as ruas ficam completamente tomadas pela água da chuva, que não tem pra onde escorrer. “No verão a rua já é ruim. No inverno as coisas pioram. A água já me colocou pra correr daqui”, diz o morador Raimundo dos Santos, 57 anos.
Leia mais:Ele conta que já foram feitas inúmeras reclamações sobre a situação da via em que mora. Porém, falaram que ‘não iam mexer nas ruas da 14’.
Raimundo lamenta, já que a maioria das pessoas mora ali há pelo menos 20 anos.
Outra moradora antiga é Gleiciane Dias. Com 30 anos de idade, há 28 mora na Folha 14 e sabe do sofrimento que é o período chuvoso. “Chove e ficamos alagados. Olha a marca d´água ali”, diz, mostrando a parede.
Para ela, lutar pela melhoria da rua é uma briga sem fim. “Eles falaram que aqui é uma área alagada e que vamos sofrer o resto da vida. É uma briga sem fim. A gente mora aqui há anos e eles não ajeitam nem as ruas”, fala revoltada.
LUGAR DE LIXO É NO LIXO
Se em alguns pontos da cidade falta o sistema de esgoto, escoamento de água e boas condições para o tráfego de pedestres e veículos, em outros bairros a situação é diferente. Tem asfalto, esgoto, sinalização das vias e mesmo assim as ruas ficam alagadas.
Para Luís Francisco da Silva, que já trabalha há seis anos na limpeza pública, falta educação e conscientização das pessoas, que ainda insistem em jogar lixo nas ruas.
“Algumas inundações poderiam ser evitadas se os bueiros não tivessem cheios de lixo. As pessoas jogam muito lixo na rua. As vezes a gente passa por um local limpa e quando olha pra trás já tem meio mundo de lixo de novo no chão. Falta de educação”, avalia.
Luís começou a trabalhar antes das 7 horas da manhã, e ao encontrar a equipe do CORREIO, às 10h30, já estava com o quinto carrinho-de-mão cheio de lixo que havia recolhido na rua.
“Peço que as pessoas coloquem seu lixo em uma sacola e coloquem no lixeiro. Quando deixa no chão, cachorro ou gato vem, rasga a sacola, espalha o lixo. Colocar o lixo na sacola ajuda o trabalho da gente que passa recolhendo”, clama o trabalhador.
Assim como Luís, vários homens da limpeza pública estão trabalhando para evitar que bueiros fiquem entupidos e as vias fiquem alagadas.
(Ana Mangas)