O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (PcD) foi instituído pela Organização das Nações Unidas em outubro de 1992. A partir de então, a cada ano, no dia 3 de dezembro, é estimulada uma reflexão sobre os direitos da pessoa com deficiência, tanto na instância nacional como na municipal. E em Marabá, será neste sábado, 3, a ação “Cidadania e Inclusão” desenvolvida pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência da cidade.
Presente na redação do Correio de Carajás, o presidente do CMDPD, Marconi Guimarães da Silva, explicou que em seu 4º ano consecutivo, o ato, que acontecerá no Ginásio Municipal Osorinho, situado no núcleo Marabá Pioneira, entre 8 e 17h, consistirá na oferta da emissão de diversos documentos como RG, cartão de estacionamento, passe livre, Cartão do SUS e Título de Eleitor.
No âmbito da medicina, serão oferecidas consultas com clínicos gerais, neurologistas, pediatras e neuropediatras, além de um momento recreativo e de orientação para o público sobre a aquisição da cadeira de rodas. Marconi frisa que o evento é exclusivo a PcDs e voluntários e ressalta: “Como o público é grande, é recomendável que cheguem quanto antes, pois ainda não conseguimos atender 100% da categoria. O objetivo é tirar e entregar os documentos no mesmo dia”.
Leia mais:Apesar de sábado ser o dia D, nesta quarta-feira (30) houve um debate na Câmara Municipal acerca das necessidades e direitos dos PcDs. Já na quinta-feira (1) haverá uma ação conjunta com o Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (DMTU) no intuito de conscientizar a sociedade marabaense acerca dos obstáculos da comunidade, objetivando desenvolver o olhar de Marabá para com as pessoas com deficiência.
Segundo o presidente do conselho, esse tipo de ação é imprescindível, pois, infelizmente, a comunidade ainda é invisível e, como qualquer outro cidadão, também merece respeito, pois igualmente contribui para o crescimento do município e faz parte da sociedade, independentemente de qualquer distinção.
Sobre a falta de acessibilidade em Marabá, Marconi diz visualizar uma carência muito grande, principalmente quando se entende a magnitude de Marabá: “Uma cidade deste porte não ter um semáforo e um transporte coletivo sonoro é lamentável. Não ter uma passarela digna que atenda às necessidades. Coisas básicas de um município tão desenvolvido e que ainda está muito aquém”, pontua, acrescentando a falta de nivelamento das calçadas e do piso tátil.
DADOS
Questionado sobre a quantidade de PcDs em Marabá, o presidente disse que somente na educação municipal há mais de mil pessoas com deficiência matriculadas. No entanto, não há um dado preciso da comunidade no município, devido à falta de um censo municipal. Para ele, a falta deste mecanismo é um déficit que acarreta supressão de pessoas que poderiam estar recebendo tratamento e atendimento adequado. Um descaso que aponta a necessidade da existência de uma clínica especializada.
Por fim, ele frisa que é preciso dar visibilidade à existência do CMDPD, o qual é um espaço público formado por representantes da Prefeitura e da sociedade civil, que contribui para a definição dos planos de ação da cidade, por reuniões periódicas e discussões das pessoas com deficiência: “Essa causa não está abandonada. Nós apenas precisamos avançar e só conseguiremos com luta”. (Thays Araujo)