Correio de Carajás

‘Thriller’, álbum de Michael Jackson, completa 40 anos

Disco de 1982 consagrou Michael Jackson como o 'rei do pop'. Quatro décadas depois, álbum continua sendo referência e é relançado com 34 músicas, entre clássicos e novas versões.

Foto de arquivo de 14 de julho de 1984 mostra Eddie Van Halen tocando 'Beat It' com Michael Jackson, em Irving, no Texas — Foto: Carlos Osorio/AP/Arquivo

Com sua mistura revolucionária de rock, pop e R&B, o álbum “Thriller” de Michael Jackson quebrou barreiras e, quatro décadas depois, continua sendo uma referência. Agora, é relançado com canções inéditas em uma nova edição.

Desde seu lançamento, em 30 de novembro de 1982, “Thriller” vendeu mais de 100 milhões de cópias.

O disco consagrou Michael Jackson como o “rei do pop”. Treze anos após sua morte, a plataforma Spotify contabiliza 36,7 milhões de streamings mensais das músicas do ídolo.

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Com nove músicas em sua edição original, alguns clássicos como “Beat it” e “Billie Jean”, o disco agora é relançado em formato duplo, com um total de 34 músicas, entre inéditas e versões.

O “Thriller 40” inclui uma versão de “Billie Jean” interpretada pelo rapper Kanye West, e outra de “Beat It”, com a cantora Fergie.

Nem mesmo as acusações de pedofilia, que ofuscaram completamente os últimos anos de sua carreira, conseguiram prejudicar sua fama.

“Michael é alguém que admiro. Ele não é uma pessoa real. Quando comecei no mundo da música, a única coisa a que aspirava era ser como ele”, disse recentemente o cantor canadense The Weeknd à revista GQ.

Quincy Jones, chave do sucesso

 

O produtor Quincy Jones — Foto: Pierre Albouy/Reuters
O produtor Quincy Jones — Foto: Pierre Albouy/Reuters

Além da meticulosidade lendária de Jackson, muito da magia de “Thriller” se deve à produção de Quincy Jones, que já havia trabalhado com o cantor em “Off The Wall”, um álbum de 1979.

E, inicialmente, a gravadora não o queria como produtor. “Eles o viam como um produtor de jazz, uma música que dificilmente vendia, segundo os empresários”, conta Olivier Cachin, autor de dois livros sobre Jackson.

A colaboração entre Jones e Michael Jackson provocou faíscas. Literalmente.

“Quando estávamos terminando ‘Beat It’ (…) trabalhamos cinco dias e cinco noites, sem dormir. A certa altura, os alto-falantes começaram a pegar fogo!”, relembrou Quincy Jones, anos depois, em entrevista à revista Rolling Stone.

“Thriller” foi uma combinação artística ousada. Jackson usou o guitarrista Eddie Van Halen para “Beat It”, e o ex-Beatle Paul McCartney, para a balada “The Girl is Mine”.

Clipe de 14 minutos

 

“Thriller” rompeu tantas barreiras que nem mesmo o canal de televisão jovem por excelência na época, a MTV, soube o que fazer com o álbum.

Inicialmente, a emissora não quis transmitir o videoclipe de “Billie Jean” por considerá-lo uma música r&b, que não combinava com sua programação predominantemente rock, voltada para o público branco.

O então chefe da gravadora CBS, Walter Yetnikoff, “ameaçou denunciar publicamente a MTV como um grupo de racistas e bloquear o acesso a vídeos de artistas de rock” de seu catálogo, lembra Cachin.

Yetnikoff venceu a batalha, mas depois teve de se entender com o cantor. O vídeo de “Thriller” custou US$ 1 milhão, uma quantia sem precedentes para o clipe de uma música na época.

Jackson conseguiu que o vídeo fosse dirigido pelo diretor de cinema John Landis, que havia filmado, recentemente, o filme “Um lobisomem americano em Londres” (1981). “Michael era um visionário, e era um teimoso”, afirma Cachin.

O resultado foi uma joia visual de 14 minutos que abriu as portas para uma colaboração desconhecida entre música e vídeo.