Oitavo estado mais violento do País, o Pará apresentou, entre 2014 e 2017, um aumento de 20% no número de mortes intencionais e um crescimento de 68,2% a mais de policiais mortos em relação ao mesmo período do ano passado. Em 4 anos, 16.055 paraenses perderam a vida para a violência.
Outro dado relevante diz respeito ao número de pessoas mortas em ações policiais: houve uma elevação de 146,3%. Estes e outros dados foram relevados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que lançou um estudo destinado a discutir os problemas de cada estado a um pouco mais de um mês das eleições gerais no País.
No total, são 15 dados embasados por uma análise produzida por especialistas de cada unidade da federação mostrando o que aconteceu com cada estado nos últimos quatro anos. No capítulo destinado ao Pará, governado por Simão Jatene (PSDB) desde 2011, a publicação define que os sentimentos de medo, insegurança e desamparo permeiam a vida da população paraense.
Leia mais:No ano passado, 4.465 pessoas foram mortas, com uma taxa de 53,4 por 100 mil habitantes. Foi registrado um crescimento absurdo de 19,3% em relação a 2014, quando 3.611 pessoas foram assassinadas. Outras 3.820 pessoas foram vítimas no ano passado de homicídio doloso, quando há a intenção de matar. Com relação aos crimes contra o patrimônio, o balanço apresenta 39.672 veículos furtados ou roubados entre 2014 e 2017, um aumento de 56,5% no período, sendo 13.450 veículos subtraídos em 2017.
Os números apresentados pelo Fórum revelam a expansão da violência e da criminalidade, como o aumento de 19,3% das mortes violentas intencionais. Há um destaque especial sobre a atuação policial, seja no papel de vítima e alvo da criminalidade, como também no confronto com os bandidos.
“O aumento de 146,3% da letalidade na atuação das forças policiais (em 4 anos) e de 68,2% de policiais mortos nos remete a uma reflexão: quanto vale uma vida no Pará? Como os policiais podem agir com profissionalismo se os sentimentos de medo, ódio e vingança permeiam seu cotidiano? A polícia está agindo para proteger ou para sobreviver? Como alterar essa realidade? São tempos para refletir e, necessariamente, agir. Analisar os erros, rever doutrinas e procedimentos, procurar construir uma nova realidade com serenidade, seriedade e comprometimento”, destaca o documento.
REDUÇÃO NOS GASTOS
Como o Governo manteve praticamente inalterados os gastos da função segurança pública, inclusive sendo ligeiramente menores em 2017 do que foram em 2015, o estudo recomenda que a administração equipe melhor a polícia, que capacite e motive os agentes com melhores condições de trabalho e de vida.
No ano passado, o Governo Jatene apresentou gasto de R$ 278 por cidadão e R$ 2.3 bilhões destinados à área de segurança pública. Os dados mostram que não faltam recursos, e deduz-se que o grande erro esteja na aplicação da verba, já que os índices da criminalidade só aumentam.
(Diário do Pará)