Marabá irá receber nas próximas semanas, entre os dias 28 de outubro e 18 de novembro, a exposição “Histórias da Minha Cidade”, um projeto de iniciativa do Sesc (Serviço Social do Comércio) marabaense. A amostra é um convite para que os moradores conheçam e reflitam sobre o município, a partir da construção da exposição coletiva que terá como grande estrela um mapa gigante da cidade.
A visitação é gratuita e fica aberta ao público de 8h ao meio-dia e das 13h às 21h, podendo ser conferida na sede do Sesc em Marabá, localizado na Avenida Transamazônica, 1925, Núcleo Cidade Nova. Um mediador irá guiar os curiosos através do material exposto. A expectativa é de que a exibição receba 200 visitantes por dia.
A amostra artística tem dois momentos: um laboratório dividido em 10 eixos temáticos e a exposição propriamente dita. A primeira parte do projeto é realizada pelo antropólogo e artista visual Mauricio Panella, que desde 2010 coordena o projeto “Cartografia dos Sentidos” em Natal, Rio Grande do Norte.
Leia mais:Conteúdos serão produzidos ao longo das oficinas, a partir do compartilhamento de conhecimentos e vivências relativos à coletividade local, contando com a contribuição de pesquisadores, professores, artistas, representantes de grupos sociais e culturais e profissionais de várias áreas.
A segunda parte, idealizada e liderada por Zhumar de Nazaré, coordenador de cultura do Sesc Marabá, irá expor ao marabaense memórias e registros do município, bem como o material produzido no laboratório de arte, cartografia e educação patrimonial.
Entre os trabalhos expostos os visitantes irão encontrar obras do artista marabaense Bino Sousa, esculturas de Paula Correia e até mesmo materiais criados pelos alunos das escolas Paulo Freire e Irmã Teodora, que fazem referência ao Festejo do Divino Espírito Santo.
“Zhumar foi meu aluno ano passado, em um curso de mediação cultural, que eu ministrei pelo Sesc Brasil para algumas regiões do país e o Sesc Pará, junto com o Zhumar, foi um dos alunos. Ele se interessou e falou ‘vamos trazer para Marabá?’, e nós trouxemos”, detalha Mauricio.
O antropólogo explica que o super mapa mede 19x15m e abrange, além de Marabá, algumas regiões circunvizinhas, como a Terra Indígena Mãe Maria. Durante a exposição, as pessoas terão a oportunidade de localizar no mapa suas casas, locais de trabalho, moradia de familiares e sinalizarem a localização utilizando uma bandeirinha. Através deste projeto, os marabaenses poderão fazer uma imersão na cartografia da cidade.
Sobre o laboratório, Mauricio elucida que será trabalhado o plano urbanístico da cidade, sua geografia e história. “Durante essa semana, em cada laboratório, a gente vai trabalhar um tópico especifico e na semana que vem a população poderá visitar o mapa e todos os conteúdos relacionados a esses temas que nós estamos trabalhando”, contextualiza.
Para Zhumar, o “Histórias da Minha Cidade” é um chamado para que o marabaense compartilhe sobre seu relacionamento com Marabá, suas histórias, memórias e vivências. “Tanto os laboratórios, quanto a exposição, a intenção é fazer um passeio por Marabá. Além de ver a beleza que nós temos, nossas riquezas, também para refletirmos sobre os problemas que uma cidade como Marabá tem”.
Ao idealizar o projeto o coordenador, que há seis anos mora em Marabá, pensou em algo que tocasse no afeto e na memória daqueles que vivem e sobrevivem da cidade. (Luciana Araújo)