Um levantamento do anuário Multi Cidades – Finanças dos Municípios do Brasil, iniciativa da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), apontou as 10 cidades da região Norte do país que mais investiram em saúde em 2021. Marabá aparece entre elas com um investimento de R$253,3 milhões. Apesar de o município ter seguido uma tendência de alta nos gastos com saúde no ano, diversos cidadãos marabaenses não têm percebido essa aplicação, na prática.
Para compreender a pesquisa à realidade, o Portal Correio realizou uma pesquisa entre os moradores do município, obtendo um feedback bastante negativo. De 67 pessoas que foram sondadas, 57 responderam que não veem o grande valor aplicado nos hospitais e postos de saúde, estrutural e funcionalmente falando. Muitos citam a precariedade, em especial, dos hospitais públicos como o Materno Infantil e Municipal.
O marabaense Gedreão Oliveira, médico e farmacêutico-bioquímico, se manifestou questionando quando terá uma Unidade de Pronto-Atendimento na cidade e quem lucra com a inexistência. Ele ainda ironizou os dados do levantamento: “Se isso é investir, imagine a situação das demais cidades”.
Leia mais:Fábio Brito, outro conterrâneo, acredita que o dinheiro é mal administrado, sendo erroneamente aplicado no HMM que, para ele, funciona de fachada. Ele também cita que é visível a falta de remédios básico e o acúmulo de exames que, segundo ele, possuem uma fila de espera de meses, tudo isso nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Marabá.
O administrador Domingos Rodrigues Santos e o marabaense Denilton Lima da Silva também fazem parte do grupo que aproveitaram a oportunidade para satirizar o número do investimento no panorama feito pelo anuário Multi cidades. O primeiro fez uma réplica interrogando onde exatamente estaria sendo feita essa aplicação e se seria em alguma obra invisível, enquanto o segundo levanta que a resposta está na realidade do dia a dia nos hospitais da cidade: “Só um leigo para acreditar”, alfinetou.
A chuva de ironias diante do levantamento apresentado à população não parou por aí. A bióloga Thalyta Oliveira, além de não entender a cidade estar entre as 10 que mais investiram em saúde no ano passado, satirizou retoricamente: “Imagina se fosse uma das que menos investiram”. Aline Aquino quis saber onde exatamente estaria sendo feita essa aplicação, já que de acordo com ela, a população espera exames até mesmo por anos.
A insegurança no que tange à área da saúde foi algo bastante citado também pelos que participaram da pesquisa do Correio. Fabiano Dias da Silva disse que em sua opinião, a situação frágil e incompetente desse sistema persiste há anos em Marabá. Segundo Levi Costa, os hospitais precisam de reformas, de mais funcionários e outras melhorias, para então poder ver tamanho investimento, na prática. (Thays Araujo)