Preso em Marabá no último dia 13 por um homicídio cometido no ano de 2004 em Ulianópolis, município situado a 390km de Belém, Francisco Leite da Silva, conhecido como Chicão, foi preso após investigações da Polícia Civil. O que foge do conhecimento de muitos é que ele é, na verdade, um dos maiores pistoleiros do Estado do Pará, carregando mais de 40 assassinatos nas costas, mas nem tudo está devidamente confirmado pelas autoridades policiais.
Piauiense de 70 anos, Chicão é considerado um grande homicida em atividade na região sul e sudeste do Pará, sendo suspeito, inclusive, do cometimento de assassinatos de alguns agentes públicos, tais como de João Gomes da Silva, conhecido como “Russo”, na época (2016), prefeito do município de Goianésia do Pará e a recente execução, a queima roupa, do ex-secretário de Administração da Prefeitura de Anapu, Osvaldilon Luís dos Santos, de 52 anos, crime ocorrido no dia 8 de setembro deste ano.
Com vários mandados de prisão expedidos pela justiça do Pará, Maranhão, Piauí e Ceará, Chicão estava sendo monitorado pelos policiais e foi autuado em flagrante por uso de uma carteira de habilitação falsa, como contou a matéria do Correio de Carajás na última sexta-feira (14). Ele foi autuado na 21ª Seccional Urbana de Polícia em Marabá.
Leia mais:De acordo com o superintendente de Polícia Civil, delegado Vinícius Cardoso, a ficha criminal do pistoleiro não consta apenas assassinatos, mas também roubo de instituições financeiras. Ainda segundo o delegado, as condenações de Chicão somam mais de 70 anos de prisão.
Ele foi preso nas proximidades de um condomínio de luxo em Marabá e, no momento da abordagem, tentou se livrar da prisão apresentando uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa, mas foi descoberto mesmo assim. “É uma pessoa de extrema periculosidade que foi retirada de circulação”, afirma Cardoso.
HISTÓRICO
No ano de 2004, Chicão foi preso em flagrante pela Polícia Militar em Ulianópolis, após executar o marceneiro Silvério Lourencine Deprá, no centro da cidade. Ele fugiu do local logo após o crime mais foi perseguido e preso em seguida.
Em 2012, ele foi submetido a julgamento popular e condenado a 33 anos de prisão pelo homicídio triplamente qualificado praticado contra o marceneiro. No entanto, em 2014 recebeu permissão da justiça para passar o Natal com a família e nunca mais retornou ao presídio, passando a estar foragido.
Em abril de 2016, Chicão foi recapturado no bairro da Pedreira em Belém, quando saía de uma oficina de propriedade do comerciante Hélio Branco, irmão do vereador José Ernesto, assassinado em janeiro daquele ano em Goianésia do Pará. Quando foi abordado pelos policiais, o criminoso não estava armado e não resistiu à prisão. Ele foi apresentado na Divisão de Homicídios, ao delegado Marco Antônio Oliveira, e depois de prestar depoimento foi encaminhado para o presídio de Americano. Um ano depois, beneficiado por uma decisão para deixar a prisão, o homicida saiu da cadeia e não foi mais visto. (Thays Araujo e Chagas Filho)