Atualização 4 de outubro de 2022 por Redação
Uma brasileira aposentada, de 61 anos, caiu em um golpe ao achar que namorava com o ator norte-americano Johnny Depp. A mulher perdeu aproximadamente R$ 208,4 mil.
A vítima, moradora de Osasco, em São Paulo, começou a conversar com o golpista, que utilizava um perfil falso do ator, em outubro de 2020, através do Instagram.
Leia mais:
Conforme as informações da Justiça paulista, no início, as conversas eram sobre “assuntos do cotidiano”, mas, ao decorrer do tempo, a pessoa que se passava por Johnny Depp passou a falar que “precisava de dinheiro para o pagamento de condenações em processos nos quais ele estava envolvido”.
Na época, o artista estava envolvido em uma disputa judicial contra sua ex-esposa, Amber Heard, que o acusava de violência doméstica.
“Junto com a história triste de não ter dinheiro para pagar as referidas taxas, teve início um ‘romance’ onde começaram as promessas do golpista de levar a autora [do processo] para morar com ele.”, afirmou à Justiça a advogada Eduarda Tosi, que a representa.
“A pandemia contribuiu para que ela acreditasse em toda mentira contada pelo golpista, haja vista o abalo emocional vivenciado. Ela só procurava uma saída ou mudança de vida”. De acordo com o processo, a aposentada chegou a realizar uma cirurgia plástica acreditando que iria morar em Los Angeles, nos Estados Unidos.
A aposentada disse também ter vendido um carro e uma casa para ajudar o falso Depp. Os depósitos foram feitos no Banco Brasil em uma conta que o golpista disse ser do “amigo brasileiro de seu advogado”
Os depósitos, de acordo com o processo, foram feitos nos dias 30 de novembro de 2020 (R$ 15 mil), 1º de dezembro de 2020 (R$ 40,4 mi) e 7 de dezembro de 2020 (R$ 153 mil).
As conversas com o falso Depp foram interrompidas apenas quando o filho da aposentada a questionou sobre as transferências e descobriu que ela fora vítima de um golpe.
A aposentada entrou na Justiça contra o Banco do Brasil, afirmando que a instituição permitiu que um golpista abrisse uma conta fraudulenta, “por falta de manutenção e fiscalização”.
De acordo com a mulher, o banco possui responsabilidade pelo serviço prestado ao consumidor em fraudes cometidas por terceiros. “Houve nítida negligência do banco”, afirmou à Justiça.
O Banco do Brasil se defendeu no processo argumentando que a mulher “transferiu os valores por livre e espontânea vontade”, não tendo interferido nas operações.
“O prejuízo não foi causado pelo banco, mas em razão de acontecimentos que escapam ao seu poder”, afirmou a defesa do Banco do Brasil no processo.
A juíza Clarissa Alves rejeitou a acusação contra o banco, mas a aposentada ainda pode recorrer.
(Fonte: UOL)