Não é modismo. É tendência. Cada vez mais jovens estão buscando no empreendedorismo uma saída para a independência financeira. E se surpreendem com a gestão do próprio negócio. Atualmente, muitos deles querem manter um padrão de vida desejado, mas sem precisar de um emprego fixo. Um dos maiores objetivos para quem começa desenvolver um novo empreendimento, é conseguir exatamente esse feito, se manter somente a base de sua própria empresa, em busca do equilíbrio que está em lucrar e gerar emprego.
De acordo com o monitoramento de empreendedores do Brasil feito pela Global Entrenpreneurship Monitor (GEM), no ano de 2021 o país ocupou o 5º lugar no ranking global de empreendedorismo total no mundo, número significativo que vem crescendo ainda mais.
O Brasil já soma 19 milhões de empresas somente neste ano de 2022, segundo dados da GEM, em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). No total, há uma correspondência de cerca de 52 milhões de brasileiros com negócio próprio, e 9 milhões sendo Microempreendedores individuais (MEIs). Com a falta de postos formais de trabalho, começar um empreendimento ainda que pequeno tem sido a saída para esses jovens que, muitas vezes, não se inseriram no mercado de trabalho.
Leia mais:A estudante Adria Souza montou o seu empreendimento há um ano. Ela conta que morava com os pais, não tinha emprego fixo e os atendimentos online estavam em alta. Foi aí que visualizou a oportunidade para começar o seu próprio negócio. “Vendia em média de 15 a 20 brownies por dia e passei a receber muita encomenda”, explica. Atualmente, a estudante mora sozinha na cidade de Rondon do Pará, e mantém a produção de brownies conciliando com o estudo, tendo como fonte de renda extra a venda dos pequenos bolos. “Recebo algumas bolsas da universidade, também o apoio dos meus país, mas mesmo assim não deixo de vender” completa.
Adria ainda fala sobre os desafios de se aventurar em algo novo, sendo jovem e com pouca experiência. “Já tinha uma base de como seria lidar com atendimento de pessoas, mas é algo complicado que me trouxe crescimento profissional e pessoal”, pondera.
Empreender não é fácil, é desafiador e competitivo, por isso a importância de saber investir para usufruir do investimento. “É imprescindível ter visão certa de como crescer, pois surgem muitas dúvidas, que estão entre continuar ou desistir, além do planejamento para expandir”, destaca.
Jussara Alves também é estudante universitária e microempreendedora. Montou sua loja online em 2020. Na época, morava em Parauapebas com a mãe, e começou seu pequeno negócio ainda na quarentena. “Quando veio a pandemia me bateu um desespero, não tinha aula nem trabalho. Foi aí que pensei em algo que me trouxesse renda”, relembra.
A jovem racionaliza que, melhor que trabalhar para si, é fazer aquilo que gosta, pois se torna um estímulo a mais e detalha sua experiência de escolha de nicho. “Fiz pesquisas de coisas que eu gostava, que me identificava, até que cheguei à proposta de artigos de presentes”.
A microempreendedora conta que abriu mão de experiências como sair com os amigos, para que pudesse comprar os equipamentos necessários para a realização do seu projeto. Desde muito nova gostava de conquistar suas coisas, mesmo tendo o apoio dos pais.
Jussara opina que, quanto mais cedo o jovem perceber que precisa ter uma fonte de renda, mais desenvolvimento ele terá na vida. “Hoje trabalho em diversas áreas, não só no segmento que vou concluir minha graduação. E esse desenvolvimento consegui através do meu empreendimento”.
Atualmente, Jussara mora em Rondon e está concluindo o último ano de graduação. Possui emprego formal, mas continua no projeto de sua empresa online, que também atende na cidade de Parauapebas. Jussara se prepara para um novo empreendimento, que realizará com o namorado. “Tudo teve seu momento, não comecei tarde, foi no momento certo, o de inovação para mim”.
(Mauremila Andrade)