Na semana do Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência (21 de setembro) o esporte paralímpico marabaense levará para a cidade de Uberlândia (MG) uma promissora dupla de atletas. Eles irão competir no Campeonato Brasileiro de Bocha Paralímpica, que acontecerá entre os dias 24 e 30 de setembro.
A Reportagem do Correio de Carajás acompanhou um treino da equipe que aconteceu na tarde da última terça-feira, 20, no Colégio Alvorada (Rua das Mangueiras, Núcleo Cidade Nova). O clima que aparentava descontração carrega, na verdade, a imensa seriedade dos técnicos Jhon Hans Macedo da Silva e Arionaldo Borges dos Reis.
Os atletas irão competir em duas modalidades. Lucas Melquides da Silva na BC1 (recebe auxílio de ajudantes, que podem estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola, quando pedida); e Jhemeson Feitosa da Silva, BC2 (não podem receber assistência). Na viagem eles serão acompanhados por Jhon.
Leia mais:Apesar de os atletas já serem experientes em competições, é a primeira vez deles em um campeonato nacional. “Eles são atletas de alto rendimento, e nesse brasileiro vão encontrar campeões de competições de nível mundial, por exemplo. Vão estar em um ambiente muito técnico e acirrado e são treinados para que ao chegarem lá, saibam o que fazer”, assegura Jhon.
E é justamente por conta do nível profissional da disputa, que durante o treino os técnicos não dispensam críticas construtivas às jogadas.
“A relação é saudável, mas nós somos professores, somos técnicos e a gente tem que cobrar seriedade. A gente puxa a orelha, porque não pode falhar, na hora do jogo se brincar não leva”, observa Ari. O momento fraterno acontece após o treino, quando eles param para relaxar e brincar, deixando a bocha de lado e falam sobre outros temas.
Ao longo de duas horas a equipe se dedicou ao treino, melhorando seus resultados a cada jogada, vez ou outra sendo necessário uma orientação técnica ou um olhar diferenciado sobre o jogo.
ENTENDA AS REGRAS
Os atletas paralímpicos disputam em cadeiras de rodas e têm como objetivo lançar as bochas (bolas) coloridas o mais próximo possível da bola branca. Nessa modalidade é permitido o uso das mãos, dos pés, de equipamentos auxiliares e também de ajudantes, no caso daqueles atletas com mais limitações de mobilidade.
Nas provas individuais as partidas ocorrem em quatro tempos, havendo o lançamento de seis bolas em cada um.
Quando disputado em duplas, também são realizadas em quatro ends. Entretanto, as seis bolas são distribuídas entre a dupla, sendo três bolas por jogador.
As provas disputadas em trios ocorrem em três ends. Assim, em cada end o jogador tem direito a lançar duas bolas.
Ao final dos lançamentos, um membro da equipe de arbitragem realiza a medição das distâncias das bolas coloridas em relação à bola branca para definir a pontuação obtida por cada atleta. Ganha o atleta, ou equipe, que fizer mais pontos. (Luciana Araújo)