A Câmara Municipal de Vereadores de Parauapebas recebeu, nessa terça-feira (20), a 27ª Ordinária da 2ª Sessão Legislativa da 9ª Legislatura, que teve como tema central o caso do servidor Elton Batista Reis, acusado de espalhar uma suposta “ideologia de gênero” nas escolas municipais.
Como é de praxe, a sessão teve bate boca e muita confusão entre os vereadores. Dessa vez, no entanto, a reunião teve de ser interrompida por alguns minutos porque um cidadão estaria causando “baderna”, situação registrada pelas câmeras dos diversos celulares no local. As causas, no entanto, ainda não foram esclarecidas.
Os vídeos do ocorrido logo começaram a circular pelas redes sociais e mostram o vereador e candidato a deputado federal Aurelio Goiano (PSD) no meio da multidão no momento em que o presidente da Câmara e candidatado a deputado estadual Ivanildo Braz (PDT) interrompeu a sessão por cerca de cinco minutos. A Polícia Legislativa e a Guarda Municipal foram acionadas para controlar a situação.
Leia mais:Nesse momento, eles afastaram, à força, um indivíduo identificado como Luís Maracaipe Sousa, o que gerou uma grande discussão entre Aurélio e Braz. O vereador chegou a postar vídeos em seu Instagram, onde acusa o presidente da Câmara de ter utilizado da truculência policial contra a população enquanto o chama de covarde.
Antes e depois da confusão boa parte da sessão foi dedicada a debater o suposto caso de “ideologia de gênero” em um vídeo divulgado na campanha do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Parauapebas (COMDCAP), que mostra o servidor Elton Batista realizando dinâmicas com estudantes do ensino fundamental de uma escola do município durante a campanha “Todos pelos Direitos e Deveres das Crianças e Adolescentes”. Em um trecho, Elton fala para as crianças não se reprimirem diante da escola, família ou sociedade.
O vídeo teve uma ampla repercussão negativa, de forma que parte da multidão que foi acompanhar a sessão fazia coro à tal “denúncia”, convocada pelo pastor Matheus Portela – cujos áudios da convocação circularam pelo WhatsApp – e foi endossada pelo vereador e candidato pelo Partido Social Democrático.
Durante horas, o assunto foi exposto e os vereadores se colocaram contra Elton Batista, enquanto se debruçavam sobre a suposta “ideologia de gênero”. O resultado veio rápido: a Prefeitura assinou o Decreto nº 763, exonerando o servidor, que não recebeu apoio de seus pares no Conselho. (Clein Ferreira)